terça-feira, 13 de julho de 2010

Resposta A Pedro Mexia

Pedro Mexia é um homem inteligente, mas todos temos dias não...Não pertenço á "direita dogmática liberal" e muito menos á "esquerda analfabeta", de forma alguma odeio a cultura, não sou filisteu nem tonto nem taberneiro, nem quero que o estado acabe com tudo aquilo que não dá lucro, pertenço é aquele grupo farto de pagar impostos para os devaneios dos outros (não me passa pela cabeça, em momento algum, pedir dinheiro ao estado para qualquer devaneio pessoal). Tem razão Pedro Mexia quando diz "Todos os artistas não vinculados a uma instituição são «independentes»", o problema é que essa "independência" acaba quando passa a ser sustentada "ad eternum" por todos. Efectivamente não percebo (pois é um contra-senso) que a "independência" seja uma situação profissional (como é que se é independente tendo o estado como pseudo-patrão ? - Se o estado financiar produz-se, se não, não se produz). Uma coisa são apoios do estado, outra é a "estado-dependência" a 100%. Deixo na integra o artigo "Os Filisteus" de Pedro Mexia

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Indivíduos de uma direita dogmaticamente «liberal», aliados a uma esquerda analfabeta, deram agora em atacar os artistas independentes. Armam-se em tontos, perguntando por que razão chamamos «independentes» a artistas «subsidiados», como se não percebessem que a «independência» é uma situação profissional, enquanto o «subsídio» é um modo de financiamento. Todos os artistas não vinculados a uma instituição são «independentes». Não existe nenhuma contradição entre isso e o facto de algumas artes precisarem de apoio financeiro, uma vez que não são sustentáveis apenas com a bilheteira. Dir-me-ão que devem ser pagos por mecenas, patronos, fundações? Óptimo, excelente, magnífico, eu também acho isso, assim a Lei do Mecenato funcione bem e os capitalistas mostrem um módico de apetência cultural. Mas claro que o discurso sobre os «independentes subsidiados», mascarado de indignação fiscal, é apenas o arremesso filisteu do costume. O velho ódio à cultura. O que a direita dogmática e a esquerda analfabeta querem é que tudo o que não dê lucro acabe de vez. Fazem-se de cosmopolitas, mas são uns taberneiros.

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