Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade. Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda. Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
(In Mensagem, Segunda Parte: Mar Portuguez)
1 comentário:
É do sopro do SENHOR que precisamos, e depois ficar atento... para o conservarmos.
Gostei da música e do poema, de Fernando pessoa gosto especialmente
Beijinhos
ML
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