quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Calem-se ?

Ninguém com "dois dedos de testa" defende o novo" palavrão": Grexit, da mesma forma que ninguém com "dois dedos de testa" defende o limite para além do limite. Percebo Juncker (ver em anexo artigo publicado no Expresso) mas infelizmente (já escrevi muito sobre o tema e continuarei a escrever) o Euro está condenado a prazo, a não ser que exista algum milagre verdadeiramente milagroso...


O presidente do Eurogrupo (reunião dos 17 ministros da zona euro), o primeiro-ministro luxemburguês Jean Claude-Juncker, chegou hoje à tarde a Atenas, e reuniu com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, e com o ministro das Finanças Yannis Stournaras. Decorreu, depois, um jantar de trabalho com Samaras.
O abraço caloroso de Juncker a Samaras selou o encontro, em que o presidente do Eurogrupo reafirmou a sua oposição aos ministros e políticos europeus que têm feito campanha nas últimas semanas pela saída da Grécia de membro da zona euro. "Oponho-me totalmente à saída da Grécia da zona euro", afirmou em conferência de imprensa, onde foi ainda mais duro: "Os advogados da saída da Grécia do euro deviam calar-se". Vaticinou que os fomentadores dessa especulação "falharão".
Juncker afirmou ainda que "há alguns países da União Europeia que subestimam os esforços gregos", que considerou inclusive "imensos". Era o que Samaras precisava de ouvir para iniciar, com otimismo, o périplo pela Europa, que o levará sexta-feira a Berlim e no sábado a Paris.
O presidente do Eurogrupo não deixou, no entanto, de sublinhar que "esta é a última oportunidade para a Grécia" e que a extensão do programa de ajustamento grego dependerá do relatório da troika a apresentar a 8 e 9 de outubro. Afirmou que não recomenda, por ora, um terceiro plano de resgate, mas que isso não quer dizer que nunca haverá. Declinou comentar se um segundo plano de reestruturação da dívida grega, envolvendo os credores "oficiais" (Bruxelas, Banco Central Europeu), está em preparação.

Citi vislumbra "Grexit"

Na mesma altura em que as palavras de Juncker ainda ecoavam, a equipa de analistas do Citigroup, liderada pelo economista-chefe Willem Buiter, fala de uma probabilidade de 90% da Grécia abandonar o euro durante os próximos 12 a 18 meses, e admite inclusive que possa "ocorrer nos próximos seis meses" em função do relatório da troika a apresentar em outubro. A saída da Grécia do euro foi batizado de "Grexit", juntando as palavras inglesas Greece e Exit (saída).


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