Que nome se dá aos caniches que, mesmo quando arreganham os dentes, nos fazem
sorrir? Pipoca, Biscoito, Fagulha... O nome, apesar de longo, não é grave porque
temos todo o tempo para gritar - "quieta, Pipoca!" - se o canito nos ataca as
canelas. Se falhar o grito, um pontapé nas trombas da adorável criatura resolve.
Já a imbecil da vizinha da Rua Camões, Porto, dona do dogue argentino que
estraçalhou, faz um ano para a semana, uma menina de 20 meses, essa, a dona, ao
menos teve o cuidado de chamar Kiko ao seu queriducho. "Larga a cabeça do bebé,
Kiko!" não serviu de grande coisa, é certo, mas não porque se tenha perdido
tempo nas sílabas do animal. E o imbecil do dono do pitbull que matou, em
janeiro passado, um bebé de 18 meses, em Beja, também foi curto no batismo:
Zico... O que eu quero dizer é que os dois citados imbecis, por mais imbecis
como se comprovou serem, têm o atenuante da prudência ao dar nomes. Curtos, como
convém nas vozes de comando para um cão perigoso. Mas há pior que esse donos.
Soube-se agora, o Zico foi dado à guarda de Rita Silva, da Associação Animal. E
ela apressou-se a chamar-lhe Mandela. Silabicamente (fico-me por aqui), nome
errado. Alguém batizou a Rita de Rita, curto e bem, porque ela é perigosa.
Diz-se que não há cães perigosos, o perigo está no outro lado da trela. Ora,
agora, do outro lado da trela do pitbull Mandela está uma Winnie Mandela,
assanhada e ignorante. Não me tranquiliza.
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