terça-feira, 3 de maio de 2011

O Ocidente (Algum) Celebrou Uma Vitória Na Guerra. Alguns Não Percebem Isso. Outros, Não O Sentem

Artigo de Henrique Burnay
.
Desde o primeiro momento que o 11 de Setembro dividiu as águas no Ocidente. De um lado, os que perceberam (e sentiram) o ataque à América como um ataque ao mundo ocidental, ao nosso modo de vida, à ideia de democracia e liberdade (imperfeitas, humanamente imperfeitas) que o ocidente simboliza e vive.
Do outro, os que encontraram sempre uma culpa ocidental. Fosse Israel, o capitalismo, o colonialismo, a riqueza. O que fosse. Em suma, os que nunca acharam que esta fosse uma guerra. E, menos ainda, uma guerra justa de combater.
Disfarçados de apenas anti-bushitas durante os dez anos de George Bush, ontem regressaram, esquecidos das suas juras de amor a Obama. É natural.
A morte de Ossama Bin Laden foi celebrada nas ruas de Nova Iorque como sempre se celebraram as vitórias em batalhas. (O único mal, aliás, é achar que este batalha é o fim da guerra.) E o inimigo foi morto porque (não temos informações em contrário, nem razões para duvidas, tirando as teorias conspirativas que se auto-fundamentam) não consta que se comovesse com uma voz de prisão (feitios). Ofendem-se ainda estas almas pelo facto de o corpo de Ossama não ser tratado com todos os cuidados devidos e exigidos pelo purismo islâmico. Esquecem-se de que não se trata de um mártir islâmico, de uma divindade entregue aos nossos cuidados. Trata-se de um inimigo que pode fazer tanto mal morto como vivo, a guerra ainda não acabou e criar um mito e um local de peregrinação seria um perigo. “Ah, mas assim criam a revolta entre os árabes!”, gritam, consternados. Como se um enterro muçulmanamente idóneo fosse garantia de que as hordas que o admiravam se acalmariam. Que ignorantes.
O Ocidente celebrou ontem a derrota do homem que nos tinha declarado guerra e que nos tentou destruir. Normal. No Ocidente, nem todos celebraram. Normal. Não baralhemos as coisas. Não festejamos a morte. Festejamos a vitória.

Sem comentários: