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O Governo Civil de Lisboa teve uma ideia brilhante a que deu o sugestivo nome de "álcool zero, nota vinte": os condutores que, fazendo o teste o balão, registarem zero de alcoolemia, recebem um vale de vinte euros para gastar na BP.
A ideia é brilhante e podia ser aplicada a outras situações. Um cidadão que nunca tivesse assaltado um banco recebia a entrada para um depósito a prazo. Um português que nunca tivesse corrompido um funcionário público tinha direito a um cupão de descontos num hipermercado. Quem tivesse a sua ficha limpa de crimes violentos tinha direito a internamento gratuito num hospital privado.
Como saberá o leitor, sou insuspeito de defender um Estado que se limite a punir os cidadãos. Mas, apesar de tudo, ainda acho que cumprir a lei (ou ser ainda mais rigoroso do que isso) é obrigação de qualquer cidadão. E tratando-se de um comportamento que está para lá da lei e corresponde às regras mínimas de civilidade custa-me perceber a lógica de tamanho absurdo. Quem não bebe nem um copo quando conduz já tem o prémio: chegar vivo a casa e não matar ninguém no caminho. Não chega?
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