1) AUMENTO DE IMPOSTOS
Um dos primeiros avisos deixados pela OCDE é que "o Governo deve estar preparado para aumentar mais os impostos". E o agravamento fiscal deve ser feito, segundo a organização, no IVA e no IMI e numa amplitude que compense a redução das contribuições para a Segurança Social (outra das recomendações). Em relação ao IMT, a organização recomenda que esse imposto seja aplicado apenas nas transacções iniciais e que, no longo prazo, seja mesmo substituído pelo IVA. Em termos fiscais, também se sugere uma simplificação do regime fiscal que amenize os custos das PME.
2) SALÁRIOS CONGELADOS
O congelamento de salários é apresentado como condição para alcançar os objectivos orçamentais, dado ser imperativo, na avaliação da OCDE, baixar os custos unitários de trabalho e melhorar a competitividade. Por essa razão, até 2013, recomenda-se o congelamento de salários na Função Pública, sinal que deverá ser replicado no sector privado. "As negociações devem assegurar que os salários não crescem mais do que a produtividade", avisa.
3) CORTE NOS BENEFÍCIOS E DEDUÇÕES FISCAIS
Para a OCDE "o Governo deveria ir mais longe no corte das despesas fiscais" já que em Portugal utiliza-se em demasia as deduções e benefícios fiscais que normalmente até "beneficiam mais os contribuintes com rendimentos mais elevados". No documento também se lê que "o sistema fiscal português é caracterizado por muitas despesas fiscais, que estreitam a base contributiva e por isso obrigam a taxas de impostos mais elevadas do que seria necessário".
4) REVISÃO DO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO
Uma das recomendações deixadas pela OCDE é a revisão de toda a arquitectura do subsídio de desemprego. Notando que o trabalho em Portugal está fortemente segmentado em contratos temporários e contratos definitivos, a OCDE recomenda que se alivie a protecção no emprego (mais flexibilização) aos trabalhadores com vínculo para amenizar as diferenças entre os dois regimes. Redução do período para se ter acesso ao subsídio de desemprego é outra sugestão da organização, que espera que algumas medidas anti-crise nesta área sejam mesmo "temporárias".
5) MAIS COMPETITIVIDADE E FLEXIBILIZAÇÃO LABORAL
Outras recomendações deixadas por Angel Gurría é um incremento de flexibilidade na relação entre patrões e trabalhadores com vista, também por esta via, a melhorar a competitividade no país. E neste campo exige-se que se continue a apostar nos sectores exportadores tradicionais, como os têxteis e o turismo, e ao mesmo tempo que se vão transferindo recursos para os sectores com mais potencial de crescimento, como o tecnológico.
6) CONTROLO E TRANSPARÊNCIA NAS CONTAS PÚBLICAS
A OCDE diz também que Portugal deve controlar a despesa em todos os corredores do Estado, e não apenas a nível central, e deixa um apelo para uma transparência total nos contratos celebrados em regime de Parcerias Público-Privadas (PPP). Também se recomenda a imposição de um tecto para o crescimento da despesa pública.
7) EDUCAÇÃO NO TOPO DA AGENDA
Melhores resultados na educação não serão alcançados sem o reforço da promoção de igualdade de oportunidades, avisa a OCDE, que alerta para a elevada taxa de retenção em Portugal, elogiando, ao mesmo tempo, os programas do Governo neste campo, nomeadamente as Novas Oportunidades.
8) INFRA-ESTRUTRURAS DE TRANSPORTES SÃO ESSENCIAIS
Reconhecendo que adiar algumas obras foi uma decisão acertada dada a crise financeira, a OCDE argumenta que para um pequeno país periférico como Portugal as infra-estruturas na área dos transportes são fundamentais. Por isso aconselha a que a construção do novo aeroporto de Lisboa se torne novamente uma prioridade assim que houver condições financeiras. (No Económico).
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Entendo este documento como uma base de trabalho e cito o Sr PR " há toda a vantagem em que quer os membros do Governo quer as forças políticas analisem as recomendações que são feitas" e "apesar da OCDE ser uma organização credível e dispor de técnicos competentes, não significa que todas as recomendações sejam correctas tendo em conta a actual situação de Portugal"
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