quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Dia Horribilis Para O Partido Socialista

Post (de ontem) de Nuno Gouveia
 
Este foi provavelmente o pior dia para o PS desde que perdeu as eleições em 2011. Quando ainda há pouco tempo dirigentes socialistas clamavam que era fantasioso Portugal regressar aos mercados em 2013, logo no primeiro mês do ano o país cumpre esse objectivo. Uma derrota estrondosa para a estratégia socialista, que apostava tudo no fracasso dessa meta colocada pelo Governo.
No meio disso, assiste-se a uma revolta concertada dentro do PS para destronar António José Seguro. Vários membros do núcleo duro da anterior liderança surgiram em publico a exigir um congresso antes das autárquicas, tendo um deles, Pedro Silva Pereira, contrariado o que Seguro tinha dito ainda há dias, quando defendeu que o PS estava pronto para uma maioria absoluta. Para o antigo ministro socialista, o PS nem sequer está pronto para governar, quanto mais em maioria. Hoje ficou à vista que o partido permanece dilacerado internamente e que não se consegue governar a si próprio, quanto mais o país. Ao que parece, António Costa está mesmo a preparar-se para tentar destronar Seguro.
Para terminar, foi conhecido hoje que Portugal cumpriu as metas acordadas com a Troika em relação ao défice de 2012, tendo ficado mesmo abaixo do valor combinado. Algo que muitos socialistas e comentadores afectos à oposição também tinham definodo como fantasioso.
Portugal não saiu da crise e as dificuldades são ainda muitas. Nada seria pior para o governo que um qualquer discurso de oásis ou de facilitismo regressasse a Portugal. Pelo contrario, mais do que nunca exige-se rigor e disciplina. Mas quero acreditar que as boas notícias de hoje constituem um sinal da tal luz ao fundo do túnel. É lamentável que o PS tenha reagido como um qualquer grupo radical e não um partido do arco governativo. Se tivessem felicitado o governo pelo cumprimento dos objectivos, talvez as pessoas se esquecessem do que diziam ainda há alguns meses.



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