sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
2011
Vai começar dentro de poucas horas em Portugal. As espectativas das pessoas são muito baixas, e muitas pessoas dizem que se for igual a 2010 (que não deixa saudades), já não será mau...O que é que eu desejo? Aquilo que todos desejam nestas alturas...
Disco - Heaven Or Las Vegas
Cocteau Twins em 1990. Se Frazer cantasse a lista telefónica, ou o OE, ninguém se queixaria...A sua sublime voz encontra o habitual "casamento perfeito" com os sons envolventes. alguém definiu este disco como sendo portador de "uma sonoridade especial e que atinge um estado mental mais espacial e profundo", pessoalmente parece-me bem...
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Eu, Ao Contrário, Das "Virgens Ofendidas", Tenho Muitos Motivos Para Gritar...
Cavaco criticou ontem a actual administração do BPN, o que provocou "ondas de choque". Vamos por partes: 1. Se alguém tem provas concretas do envolvimento de Cavaco em negócios pouco transparentes, chegue-se á frente, caso contrário não utilize "jogo sujo". 2. Madoff foi julgado e condenado (exemplarmente) em "menos de nada". Cá, não só, não existem penas exemplares, como ninguém percebe o que é que se passa com o "caso" Oliveira e Costa. 3. Gerir empresas em tempos de "vacas gordas", ou perante a "cegueira" dos reguladores, é tarefa para qualquer "débil mental", gerir essas mesmas empresas em alturas críticas, não é para qualquer um. 4. O BPN (que ninguém quer, nem dado, quanto mais comprado) já nos custou quase 5 mil milhões de Euros, estando o estado inclinado para injectar mais 500 milhões de Euros (é bom de lembrar que o actual OE (promulgado hoje por Cavaco), esteve "preso" por um valor similar). 5. Não me parece que a actual administração tenha salários em atraso (e seguramente os seus administradores não ganham o salário mínimo nacional...). 6. Quem é que está a pagar a "brincadeira"? Os "suspeitos do costume". 7. O BPN deveria ter ido á falência? Indubitavelmente (e ninguém me acuse de ser "esquerdista"). 8. Cavaco está coberto de razão? Pois está, custe a quem custar. 9. Cobrar impostos é muito fácil, pena é, que o cidadão comum, não possa exigir responsabilidades a quem, irresponsavelmente os cobra...
Presidenciais 2011 - XLIV
Também temos direito ao nosso "Tiririca"...José Manuel Coelho, já mostrou uma bandeira Nazi em pleno Parlamento Madeirense, já se apresentou com um relógio ao pescoço no mesmo hemiciclo e agora a sua campanha vai ser feita num carro funerário...Conseguiu 7500 assinaturas para formalizar a sua candidatura? Pelos vistos...Aguardo o agendamento dos debates com Cavaco, Alegre, Nobre, Lopes e Moura...
Música - Exquisite Corpse
Bauhaus
1.
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
2.
I make the air fall apart
around me
now as the petals are no nore
a corroding, shrinking stalk remains
bereft of his blooms
and the ultimate cruelty of loves pinions
beset his appearance
beset his appearance
no king could replenish his state
now browning, sinking, dying
a thousands deaths
a thousands deaths
a thousands deaths
3.
terry sat up
and hugged the army surplus bag
around his skinny waist
it was cold
and the person beside himhad faded badly
legs apart his eyes lit up
the sky's gone out- the sky, the sky-
the sky's gone out
1.
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
life is but a dream
2.
I make the air fall apart
around me
now as the petals are no nore
a corroding, shrinking stalk remains
bereft of his blooms
and the ultimate cruelty of loves pinions
beset his appearance
beset his appearance
no king could replenish his state
now browning, sinking, dying
a thousands deaths
a thousands deaths
a thousands deaths
3.
terry sat up
and hugged the army surplus bag
around his skinny waist
it was cold
and the person beside himhad faded badly
legs apart his eyes lit up
the sky's gone out- the sky, the sky-
the sky's gone out
Música - Third Uncle
Bauhaus, a partir de um original de 1974 de Brian Eno (Tiger Mountain (By Strategy))
Disco - The Sky´s Gone Out
Bauhaus em 1982. Toda a estética da banda nunca teve nada a ver com "dias solarengos, alegria e felicidade". "Cinzentos" (quando não "negros") deixaram um enorme legado e continuam, hoje em dia, a ser imitados por inúmeros "herdeiros" do "post-punk" e do "rock gótico". Um disco magnifico, onde David Bowie e Brian Eno "andam por lá"...
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XLIII - Debates
Cavaco Silva venceu os 4 debates (12:2), segurou o seu eleitorado e ganhou muitos votos á esquerda. Francisco Lopes ficou em 2º, com 2 vitórias 1 empate e 1 derrota (5:2), tendo segurado grande parte do eleitorado comunista e tendo ganho votos no BE. Fernando Nobre obteve 1 vitória 2 empates e 1 derrota (1:2), o seu discurso é utópico e a sua postura "esfingica". Recolherá votos num eleitorado sem simpatias por Cavaco ou Alegre. Defensor de Moura venceu 1 debate, empatou outro e perdeu 2 (2:7). Sabe que não tem chances, aposta na defesa da regionalização e num discurso radical anti-Cavaco (alguns consideram-no uma "lebre" de Alegre). Manuel Alegre perdeu os 4 debates (0:7), nunca conseguiu contrariar as contradições da sua candidatura, recolherá a generalidade dos votos do BE e de grande parte do PS simpatizante com a extrema-esquerda (fundamentalmente a ala Sampaista )
Presidenciais 2011 - XLII - Debate 10
Cavaco Silva vs Manuel Alegre. Surpreendentemente Cavaco entrou ao ataque e começou aí a ganhar o debate. Alegre nunca teve "andamento" e perdeu em toda a linha: 3 a 0 é o meu resultado.
Tivesse Eu Menos 30 Anos (E Acompanhamento Adequado) E Teria Sido Um Cristiano Ronaldo...
"Um ano de campanha a sério e o apoio explícito e interessado do PS, e Defensor de Moura teria condições para bater-se de igual para igual com Cavaco Silva" (Eduardo Pitta)
Para Mim É Um Anúncio Publicitário, Para Alguns, Dado Envolver Alegre E O BPP, Não Sei O Que Será...
Ano de 2005. Alegre afirmou (mais tarde) que não sabia que este texto ia ser utilizado na publicidade de um banco, tendo (de acordo com o próprio) pedido a suspensão da campanha e devolvido o cheque de 1500 euros. Não só o anúncio apareceu, como o nome de Alegre nunca foi "riscado". Posso fazer algumas perguntas (básicas)? Quem é que escreve um texto (ainda por cima remunerado) sem saber ao que se destina?. O cheque era de que banco?. Quem é que contactou Alegre, e com que objectivo?. Foi assinado algum contrato?. Aguardo respostas...
BPP, SLN, E Outras Histórias
Todos aqueles com mais de 35 anos devem-se lembrar de uma frase que se lia em inúmeras paredes nos anos 70: "Carneiro caloteiro, paga o que deves". Hoje os métodos são diferentes, a técnica pouco evoluiu e o objectivo é o de sempre.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XL - Debate 9
Francisco Lopes vs Defensor de Moura. Vitória (2:0) de Lopes: 1º ponto: Lopes segurou (bem) o seu potencial eleitorado, Moura (sem eleitorado potencial) não convenceu ninguém a votar em si. 2º Ponto: A obcessão de Moura contra Cavaco tira-lhe lucidez, por seu lado Lopes resistiu (bem) a invocar o nome do actual PR. Tipo "advinhologia", acredito que Lopes fique acima dos 5% e Moura abaixo de 1%.
Livro - O Homem Do Castelo Alto
A sua "premissa" é de uma facilidade extrema, sendo isso o mais arrepiante: A Alemanha Nazi vence a 2ª guerra e os EUA são divididos entre os Alemães e os Japoneses. Escrito por Philip K(indred) Dick em 1962 é a todos os titulos notável. Uma análise de uma "fineza" superlativa, que nos prende da primeira á última palavra
Presidenciais 2011 - XXXIX
José Manuel Coelho é mais um candidato á Presidência: Pelo que se percebe tem 2 objectivos: Dizer mal de Cavaco (mais um...) e fundamentalmente de Alberto João Jardim...
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XXXVIII - Debate 8
Defensor de Moura Vs Fernando Nobre. De um lado um candidato utópico e cheio de boas intenções (Nobre), do outro um candidato com objectivos claros: Promover a regionalização, apoiar Alegre numa eventual segunda volta, e dizer mal de Cavaco Silva (Moura). Presidenciais? Não passaram por aqui...Resultado? empate a zero. (Defender uma taxa de IRS de 70% como fez Moura, no mínimo, dá vontade de rir...)
Filme - The Ring 2: O Aviso
Começa onde acaba o primeiro. Na sequência dos trágicos acontecimentos ocorridos, Rachel e Aidan mudam-se para uma pequena terra, ficando Rachel a trabalhar no jornal de Max (Simon Baker), o problema é que o mal continua á solta...A "saga" divide cinéfilos e críticos (muita gente insiste (mal na minha opinião) em rotular a saga como "de terror", quando na verdade o que temos são thrillers psicológicos). Pessoalmente considero-o o melhor de todos. A realização ficou a cargo de Hideo Nakata (2005) o qual "mergulha" (passe o trocadilho) no seu campo de eleição: A água - não como elemento gerador da vida, mas sim como fonte do mal, e em última instância da morte-. Uma câmara "inspirada", uma fotografia "pesada" (Gabriel Beristain), uma banda sonora "certeira" (Henning Lohner e Martin Tillman - "protegidos" de Hans Zimmer, que também dá "uma perninha") e uma breve (mas decisiva) participação de Sissy Spacek (como Evelyn) contribuem para um trabalho "á prova de bala" no seu campo.
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domingo, 26 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XXXVII
Daniel Oliveira gostou de ver Francisco Lopes contra Cavaco Silva, e "delirou" com a prestação de Defensor de Moura. Nada que surpreenda: Na sua lógica, quanto mais truculento melhor. Espero que Manuel Alegre não "embale no espirito da coisa" na próxima 4ª feira. Caso o faça, provavelmente garantirá o pleno do BE mais "musculado", mas perderá todo o eleitorado moderado (seja ele socialista, comunista, social democrata ou...bloquista), remetendo as suas muito remotas hipóteses de passar á 2ª volta para o campo da programação do canal Syfy ...
Filme - Homem Aranha
Criado por Stan Lee e Steve Ditko, para a Marvel, apareceu pela primeira vez em 1962, sendo, ao mesmo tempo, um dos super herois mais complexos e mais populares. Em 2002, Sam Raimi realizou este filme, o qual arrecadou 2 nomeações aos Oscares (Som e Efeitos Especiais). Tobey Maguire (Homem Aranha/Peter Parker), Willem Defoe (Duende Verde/Norman Osborne), Kirsten Dunst (Mary Jane Watson), James Franco (Harry Osbourne), Cliff Robertson (Ben Parker), Rosemary Harris (May Parker), JK Simmons (JJ Jameson), desempenham os papeis principais. Acompanhamos o jovem Parker, o qual vive com os seus tios (Ben e May) um jovem timido, apaixonado por Mary Jane, o qual um dia vai ser picado por uma aranha geneticamente modificada, mudando a sua vida para sempre: Parker vai conhecer o bem e o mal e descobrir que todas as acções originam reacções. Muito bom no seu género. A este filme seguiram-se mais 2 (2004 e 2007), estando previsto um novo para 2012, já sem Raimi e Maguire
Disco - Spider-Man
Banda sonora do filme de Sam Raimi, foi composta por Danny Elfman, tendo sido nomeada ao respectivo Grammy. Trabalho complexo, assente numa matriz entre o clássico e o mais "pesado", onde nada, mas nada, está a mais ou em falta.
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sábado, 25 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Disco - Midwinter Graces
Lançado em 2009 por Tori Amos, é um disco de músicas de Natal, mas não só. Á sonoridade natalicia, juntam-se sons de várias origens: Barroco, pop, clássico, tradicional, tudo envolvido na notável voz de Amos. Excelente
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Agências De Rating
Objectivamente não tenho nenhuma simpatia pelas mesmas, mas que elas existem é um facto e não nos vale de nada gritar. Hoje a Fitch baixou o nosso rating, o Sr Ministro das Finanças barafustou. Não nego que Teixeira dos Santos esteja coberto de razão, mas isso é perfeitamente indiferente, e por muito que nos custe, é assim que temos que viver.
Música - In Between Days (Shiver Mix)
Cure
yesterday i got so old
i felt like i could die
yesterday i got so old
it made me want to cry
go on go on
just walk away
go on go on
your choice is made
go on go on
and disappear
go on go on
away from here
and i know i was wrong
when i said it was true
that it couldn't be me and be her
inbetween without you
without you
yesterday i got so scared
i shivered like a child
yesterday away from you
it froze me deep inside
come back come back
don't walk away
come back come back
come back today
come back come back
why can't you see?
come back come back
come back to me
and i know i was wrong
when i said it was true
that it couldn't be me and be her
inbetween without you
without you
yesterday i got so old
i felt like i could die
yesterday i got so old
it made me want to cry
go on go on
just walk away
go on go on
your choice is made
go on go on
and disappear
go on go on
away from here
and i know i was wrong
when i said it was true
that it couldn't be me and be her
inbetween without you
without you
yesterday i got so scared
i shivered like a child
yesterday away from you
it froze me deep inside
come back come back
don't walk away
come back come back
come back today
come back come back
why can't you see?
come back come back
come back to me
and i know i was wrong
when i said it was true
that it couldn't be me and be her
inbetween without you
without you
Disco - Mixed Up
Presidenciais 2011 - XXXVI - Debate 7
Cavaco Silva vs Defensor de Moura. Defensor de Moura conseguiu uma proeza: Fazer o BE e o candidato do PCP parecerem meninos do coro...Moura utilizou uma única arma: o jogo rasteiro, assente em ataques pessoais, uns atrás dos outros, Cavaco cometeu o erro de lhe ter dado demasiada conversa. Moura comportou-se como uma daquelas equipes de futebol, que á falta de argumentos futebolisticos, resolve distribuir cacetada do primeiro ao último minuto, perdendo o jogo, mas ganhando na "porrada"...Moura (indirectamente) admitiu várias vezes que a sua candidatura não tem hipóteses, não revelou ter a mais pálida noção sobre o papel do PR, não demonstrou qualquer senso, revelou que não tem projecto nenhum e foi muito baixo. Resultado? 5 a 1 para Cavaco.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XXXV - Debate 6
Manuel Alegre vs Fernando Nobre. Nobre não venceu o debate, Alegre encarregou-se de o perder sozinho, com vários "tiros nos pés". O "ousem mudar" de Nobre é a versão requentada do "yes we can" de Obama, todo o seu discurso é profundamente demagógico, só que Alegre não tem poder de encaixe: Cidadania: Alegre é dono (ver artigo "os Donos Dos Pobrezinhos"), democracia (é dono, um candidato a PR nunca, em circunstância alguma, pode dizer que os eleitores se enganam a votar, Alegre disse-o), tratar Nobre e Cavaco por "ele" é deselegante (Nobre referiu-se sempre ao "Dr Alegre" e ao "Prof Cavaco"), Alegre afirmou que nunca nenhum candidato a Presidente conseguiu o pleno da esquerda na 1ª volta (Não? O que é que aconteceu em 1996 com o Dr Sampaio?). Um debate "azedo" o qual Alegre perde por 1:0, na soma dos referidos "tiros".
Música - Grendel
O (épico) original dos Marillion está em Script For a Jester´s Tear, esta é uma versão ao vivo
I. Heorot's plea and Grendel's awakening
Midnight suns bid moors farewell, retreats from charging dusk
Mountain echo, curfews bell, signal ending tasks
They place their faith in oaken doors, cower in candlelight
The panic seeps through bloodstained floors as Grendel stalks the night
Earth rim walker seeks his meals
Prepare the funeral pyres
The shaper's songs no longer heal the fear
Within their eyes, [their eyes]
Wooden figures, pagan gods, stare blindly cross the sea
Appeal for help from ocean fogs, for saviour born of dreams
They know their lives are forfeit now, priestly head they bow in shame
They cannot face the trembling crowd that flinch in Grendel's name
Earth rim walker seeks his meals
Prepare the funeral pyres
The shaper's songs no longer heal the fear
Within their eyes, [their eyes]
As Grendel leaves his mossy home beneath the stagnant mere
Along the forest path he roams to Hrothgar's hall so clear
He knows that victory is secured, his charm will testify
His claws will drip with mortal blood as moonbeams haunt the sky
As Grendel leaves his mossy home beneath the stagnant mere
Along the forest path he roams to Hrothgar's hall so clear
He knows that victory is secured, his charm will testify
His claws will drip with mortal blood, as moonbeams haunt the sky
Earth rim walker seeks his meals
Prepare the funeral pyres
The shaper's songs no longer heal the fear
Within their eyes, [their eyes]
-=o=-=o=-
II. Grendel's Journey
Silken membranes span his path, fingerprints in dew
Denizens of twilight lands humbly beg him through
Mother nature's bastard child shunned by leaf and stream
An alien in an alien land seeks solace within dreams
The shaper's lies his poisoned tongue malign with mocking harp
Beguiling queen her innocence offends his icy heart
-=o=-=o=-
III. Lurker at the Threshold
Hounds freeze in silence bewitched by the reptile spell
Sulphurous essence pervades round the grassy dell
Heorot awaits him like lamb to the butcher's knife
Stellular heavens ignore even children's cries
Screams are his music, lightning his guide
Raping the darkness, d-d-death by his side
Chants rise in terror, free round the oaken beams
Flickering firelight portraying the grisly scene
Warriors advance, prepare for the nightmare foe
Futile their sacrifice as even their hearts must know
Heroes delusion, with feet in the grave
Lurker at the threshold, he cares not for the brave, he cares not for the brave
-=o=-=o=-
IV. Finale
So you thought that your bolts and your locks would keep me out
You should have known better after all this time
You're gonna pay in blood for all your vicious slander
With your ugly pale skins and your putrid blue eyes
Why should I feel pity when you kill your own and feel no shame
God's on my side, sure as hell
I'm gonna take no blame
I'm gonna take no blame
I'm gonna take no blame
So you say you believe in all of Mother Nature's laws
You lust for gold with your sharpened knives
Oh when your hoards are gathered and your enemies left to rot
You pray with your bloodstained hands at the feet of your pagan gods
Then you try to place the killer's blade in my hand
You call for justice and distort the truth
Well I've had enough of all your pretty pretty speeches
Receive your punishment
Expose your throats to my righteous claws
And let the blood flow, and [let the blood flow], flow, flow, flow.
I. Heorot's plea and Grendel's awakening
Midnight suns bid moors farewell, retreats from charging dusk
Mountain echo, curfews bell, signal ending tasks
They place their faith in oaken doors, cower in candlelight
The panic seeps through bloodstained floors as Grendel stalks the night
Earth rim walker seeks his meals
Prepare the funeral pyres
The shaper's songs no longer heal the fear
Within their eyes, [their eyes]
Wooden figures, pagan gods, stare blindly cross the sea
Appeal for help from ocean fogs, for saviour born of dreams
They know their lives are forfeit now, priestly head they bow in shame
They cannot face the trembling crowd that flinch in Grendel's name
Earth rim walker seeks his meals
Prepare the funeral pyres
The shaper's songs no longer heal the fear
Within their eyes, [their eyes]
As Grendel leaves his mossy home beneath the stagnant mere
Along the forest path he roams to Hrothgar's hall so clear
He knows that victory is secured, his charm will testify
His claws will drip with mortal blood as moonbeams haunt the sky
As Grendel leaves his mossy home beneath the stagnant mere
Along the forest path he roams to Hrothgar's hall so clear
He knows that victory is secured, his charm will testify
His claws will drip with mortal blood, as moonbeams haunt the sky
Earth rim walker seeks his meals
Prepare the funeral pyres
The shaper's songs no longer heal the fear
Within their eyes, [their eyes]
-=o=-=o=-
II. Grendel's Journey
Silken membranes span his path, fingerprints in dew
Denizens of twilight lands humbly beg him through
Mother nature's bastard child shunned by leaf and stream
An alien in an alien land seeks solace within dreams
The shaper's lies his poisoned tongue malign with mocking harp
Beguiling queen her innocence offends his icy heart
-=o=-=o=-
III. Lurker at the Threshold
Hounds freeze in silence bewitched by the reptile spell
Sulphurous essence pervades round the grassy dell
Heorot awaits him like lamb to the butcher's knife
Stellular heavens ignore even children's cries
Screams are his music, lightning his guide
Raping the darkness, d-d-death by his side
Chants rise in terror, free round the oaken beams
Flickering firelight portraying the grisly scene
Warriors advance, prepare for the nightmare foe
Futile their sacrifice as even their hearts must know
Heroes delusion, with feet in the grave
Lurker at the threshold, he cares not for the brave, he cares not for the brave
-=o=-=o=-
IV. Finale
So you thought that your bolts and your locks would keep me out
You should have known better after all this time
You're gonna pay in blood for all your vicious slander
With your ugly pale skins and your putrid blue eyes
Why should I feel pity when you kill your own and feel no shame
God's on my side, sure as hell
I'm gonna take no blame
I'm gonna take no blame
I'm gonna take no blame
So you say you believe in all of Mother Nature's laws
You lust for gold with your sharpened knives
Oh when your hoards are gathered and your enemies left to rot
You pray with your bloodstained hands at the feet of your pagan gods
Then you try to place the killer's blade in my hand
You call for justice and distort the truth
Well I've had enough of all your pretty pretty speeches
Receive your punishment
Expose your throats to my righteous claws
And let the blood flow, and [let the blood flow], flow, flow, flow.
Música - Blind Curve
As 5 partes (Vocal Under a Bloodlight, Passing Strangers, Mylo, Perimeter Walk, Threshold) deste tema de Misplaced Childhood dos Marillion
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XXXIV - Debate 5
Cavaco Silva vs Francisco Lopes. O candidato do PCP tira a paciência a um santo...Cavaco quase se irritou com tanta demagogia e radicalismo (se Lopes fosse eleito, confesso que emigraria para um daqueles paises obscuros, tipo Burkina Faso...). O actual PR venceu o debate (2:1), mas não foi fácil, lutar contra alguém que apenas pretende derreter não é fácil, exige muita paciência e sangue frio. Cavaco marcou onde? No sentido de Estado e na paciência perante o radicalismo. Lopes marcou o seu ponto no referido radicalismo: "Vende" muito bem junto de certo eleitorado, num país onde comunistas e trotskistas valem cerca de 20%...
Música - Bitter Suite
Marillion (tema constituido por 5 partes: Brief Encounter, Lost Weekend, Blue Angel, Misplaced Rendezvous e Windwept Thumb)
I) Brief Encounter
A spider wanders aimlessly within the warmth of a shadow,
Not the regal creature of border caves,
But the poor, misguided, directionless familiar
of some obscure Scottish poet.
The mist crawls from the canal
Like some primordial phantom of romance
To curl, under a cascade of neon pollen.
While I sit tied to the phone like an expectant father.
Your carnation will rot ina vase.
II) Lost Weekend
A train sleeps in a siding,
The driver guzzles another can of lager, lager.
To wash away the memories of a Friday night down at the club.
She was a wallflower at sixteen,
she'll be a wallflower at thirty four.
Her mother called her beautiful.
Her daddy said, a whore.
III) Blue Angel
The sky was Bible black in Lyon,
when I met the Magdalene.
She was paralyzed in a streetlight.
She refused to give her name.
And a ring of violet bruises,
They were pinned upon her arm.
Two hundred francs for sanctuary and she led me by the hand,
to a room of dancing shadows where all the heartache disappears
And from glowing tongues of candles I heard her whisper in my ear.
'J'entend ton coeur',
'J'entend ton coeur',
I can hear your heart, I can hear your heart, I can hear your heart.
Hear your heart.
I can hear your heart.
IV) Misplaced Rendezvous
It's getting late, for scribbling and scratching on the paper.
Something's gonna give under this pressure,
and the cracks are already beginning to show,
It's too late.
The weekend career girl never boarded the plane.
They said this could never happen again.
Oh, so wrong, so wrong.
This time it seems to be another misplaced rendezvous.
This time, it's looking like another misplaced rendezvous,
With you,
The parallel of you, you.
V) Windswept Thumb
On the outskirts of nowhere,
On the ringroad to somewhere,
On the verge of indecision,
I'll always take the roundabout way,
Waiting on the rain.
For I was born with a habit, from a sign.
The habit of a windswept thumb.
And the sign of the rain,
(Rain on me!, rain)
It started to rain.
It's started raining.
Disco - Misplaced Childhood
Na politica temos os "neoliberais" (seja lá isso o que for...) na música tivemos os "neoprogressivos" Marillion...Foi o seu album de maior sucesso, e foi lançado em 1985. Disco conceptual, assente em amores perdidos, infância, sucesso, resultante de uma "trip" de 10 horas, fruto do consumo de LSD, por parte de Fish...Profundamente autobiografico, assenta em duas peças base (uma no lado A e outra no B), tendo sido inicialmente pensado como um disco com 2 (longas) canções (acabou em 10, algumas delas com várias partes). Excelente no seu género, sendo a (espantosa) capa de Mark Wilkinson
Os Amigos De Alegre
Depois do episódio PIDE, Alegre (alegadamente) arrependeu-se do que disse e decidiu não fazer mais ataques pessoais. Faz bem e não precisa, os seus amigos do BE encarregam-se do "jogo sujo" (Dúvidas? É ir lendo o Arrastão)...
Os Donos Dos Pobrezinhos
Já sabemos de cor e salteado a história: Democracia, minorias, pobres, direitos, são propriedade exclusiva de uma certa esquerda. Este ano estão muito incomodados com o facto do Sr PR ter ido visitar uma instituição que se dedica ao combate á exclusão social e á pobreza (no caso a Comunidade Vida e Paz) tal como sempre fez nos anos anteriores, na senda dos seus antecessores. Já agora, não é inédito um Ministro da Justiça passar a noite da consoada com reclusos (P.Ex, Alberto Costa em 2008) e existem vários outros casos semelhantes. O que é que os incomoda? Cavaco continuar a aumentar a distância face á concorrência? (O último estudo da Intercampus, dá 64.7% a Cavaco, 20.7% a Alegre, 5.5% a Nobre, 4.5% a Lopes e 1% a Moura)
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Coisas Que Nunca Deverão Mudar Em Portugal
Artigo de Alex Ellis
.
Portugueses: A vossa atitude sobre o vosso próprio país é magistralmente descrita por Eça de Queiroz no jantar dos Cohen em "Os Maias". O volume e o tom de autoflagelação aumenta ao longo dos vários pratos servidos (petite pois a la belle Cohen) até que o Ega, já com os copos, grita: "Portugal o que precisa é de uma invasão Espanhola". Para atualizar o sentimento é só substituir Espanha por FMI. Então em contracorrente ao pessimismo dominante, decidi em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, anotar dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal
.
1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.
2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.
3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.
4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.
5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.
6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.
7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.
8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.
9. A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.
10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.
Então, e seguindo o exemplo dos Cohen, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.
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domingo, 19 de dezembro de 2010
Música - End Title
Banda sonora de Changeling. Tema composto por Clint Eastwood
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Filme - A Troca
Baseado no caso Wineville Chicken Coop Murders, Realizado por Clint Eastwood em 2008 teve 3 nomeações aos Oscares (Direcção Artistica, Fotografia (Tom Stern) e Actriz Principal (Angelina Jolie)), tendo sido nomeado á Palma de Ouro em Cannes. A 9 de Março de 1928 Christine Collins (Jolie) reporta o desaparecimento do seu filho de 9 anos. Cerca de 5 meses depois, a policia diz que encontrou o rapaz, o problema é que Christine afirma que esse rapaz não é seu filho, tal como todas as pessoas do circulo de Christine, apesar deste dizer que sim. Por decisão do Capitão Jones (Jeffrey Donovan)da policia de LA, apoiado pelo seu chefe: James Davies (Colm Feore) e num parecer médico "encomendado", Christine é internada num hospital psiquiátrico. O reverendo Briegleb (John Malkovich) acredita nela, e quando Sanford (Eddie Alderson) conta ao policia Lester Ybarra (Michael Kelly) os crimes do seu primo Gordon Northfolk (Jason Butler Harner), fica tudo de "pernas para o ar"... Eastwood realiza primorosamente o argumento de J Michael Sraczyinski, mantendo sempre um enorme peso dramático (a história (real ainda por cima) não é para menos), usando a camara sempre para realçar o que é importante, com uma notável direcção de actores (há sempre espaço para respirar, mesmo no meio da claustrofobia). Muito Bom
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Presidenciais 2011 - XXXIII
As 30 décadas que Nobre afirmou ter na defesa de causas humanitárias, são, tal como o combate ao défice do desemprego (Alegre) "lapsus linguae", isto não o é, e não o sendo, seria grave se o Sr chegasse a PR, não chegando é apenas mais um disparate.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XXXII - Debate 4
Manuel Alegre vs Francisco Lopes. Vá-se lá perceber o motivo pelo qual Alegre defendeu tanto estes debates...Hoje voltou a perder (0:2). Lopes marca (tal como Moura) o 1º ponto na total contradição da candidatura de Alegre (de uma vez por todas, os srs jornalistas chamem "os bois pelos nomes ": Alegre é apoiado pelo BE e pelo PS, e não o inverso, e isso faz muita diferença). O segundo ponto é marcado pelo discurso: O de Lopes é concreto (concorde-se, ou não), o de Alegre é uma tremenda trapalhada (agradar a gregos e troianos é missão impossível, mas a escolha foi do candidato).
Música - Private Investigations
O original pertence a Love Over Gold (1982), dos Dire Straits, sendo esta uma versão ao vivo em 1993
It's a mystery to me - the game commences
for the usual fee - plus expenses
confidential information - it's not a public inquiry
I go checking out the reports - digging up the dirt
you get to meet all sorts in this line of work
treachery and treason - there's always an excuse for it
and when I find the reason I still can't get used to it
And what have you got at the end of the day?
what have you got to take away?
a bottle of whisky and a new set of lies
blinds on the windows and a pain behind the eyes
Scarred for life - nocompensation
private investigations
Livro - Conspiração Contra A America
Escrito em 2004 por Philip Roth, parte de um "se" muito engenhoso: Charles Lindbergh concorre e vence as presidenciais americanas de 1940. Face á sua posição de não interferência na "guerra dos europeus", á sua simpatia com o regime Nazi, e á sua admiração por Adolf Hitler, o que teria acontecido?. A história tem como personagem principal o próprio Roth e a sua familia, durante a presidência Lindbergh, a qual não é feita em discurso directo, ou seja, Roth relata como adulto, as suas experiências como criança. Absolutamente perturbador e bem demonstrativo das qualidades de um escritor, que (com excepção do Nobel) já ganhou tudo o que (de importante) havia para ganhar. Ninguém espere um livro acessível, com um "clima" linear e um final tipo "ponto final".Isso não é para Roth...Em nota de rodapé, "plot" é muito mais complexo que "conspiracy", mas isso, são preciosismos...
Paredes De Vidro
Artigo de Henrique Raposo
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A coscuvilhice pseudo-libertária da WikiLeaks tem como pano de fundo uma das marcas das nossas sociedades pós-moderninhas: a ausência de privacidade; a ausência de fronteiras entre o público e o privado; a ausência de critérios morais para se definir o que é 'interesse público'. Julian Assange está a revelar aqueles segredos sem qualquer critério. Não está a revelar nada de realmente grave. Não há ali nenhum Watergate diplomático. Assange está a revelar aquilo, porque sim, porque é giro, porque é mediático.
Ora, este pseudo-escândalo é - repito - a versão diplomática de algo que acontece todos os dias no nosso quotidiano: a alergia à privacidade. Há dias, no cinema, várias jovens atenderam o telemóvel, e começaram a falar ali mesmo, expondo a sua vida privada no meio de estranhos. E - o que é trágico - este fenómeno do Entroncamento é uma constante diária. Repete-se no Metro, no supermercado, no café, etc. A nossa vida social transformou-se num teatro confrangedor, porque as pessoas expõem as suas entranhas sentimentais no meio da rua. Em tempos, ainda cheguei a pensar que isto acontecia porque queriam atenção. Ou seja, cheguei a pensar que apenas queriam aquela esmola sentimental que só um estranho pode dar. Mas não é isso. Estas pessoas, muito simplesmente, não veem os outros, não veem as outras pessoas, e, por isso, comportam-se na rua como se estivessem no quarto. Nem sei por que razão andam vestidas. Podiam sair à rua de ceroulas e pantufas.
Nós estamos a criar uma estranha forma de gente. Estamos a criar uma sociedade que está a abolir o primado das quatro paredes. E, com isso, não morre apenas a liberdade per se. Morre também a empatia, o preâmbulo emocional da liberdade. Hoje, é possível viver-se numa bolha de egoísmo tecnológico. Uma pessoa pode saltitar de nenúfar virtual em nenúfar virtual (mail, redes sociais, blogues), sem nunca colocar os pés na realidade. Um jovem pode passar semanas sem entrar em contacto empático com outras pessoas. Porque uma pessoa não é o mesmo que um nickname ou um daqueles 'amigos' do Facebook. Não por acaso, Julian Assange coloca aqueles segredos insignificantes na Internet sem ter em consideração a carreira e a vida das pessoas envolvidas. Nem lhe interessam os efeitos nefastos que aquilo vai causar à comunidade internacional. Se as jovenzinhas do cinema aboliram a privacidade, Assange quer abolir a diplomacia, que é a 'privacidade' da política internacional. Faz sentido, sim senhor.
Esta cultura internética que nos apascenta não está apenas a mudar a forma como as pessoas pensam. Também está a mudar a moral das nossas sociedades, está a matar a empatia. Sim, a empatia entre duas pessoas, essa coisa quase arqueológica, que não é o mesmo que uma troca de likes no Facebook
Guantanamo
Artigo de Nuno Gouveia
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Nos últimos dias, com tanta discussão à volta dos voos da CIA para Guantánamo, até fiquei com a impressão que os problemas dos portugueses se resumiam a umas centenas de terroristas presos do outro lado do Atlântico. Erro meu, certamente.
Barack Obama fez campanha contra a prisão. A governação mostrou-lhe que mandar uns “bitaites” quando se está fora é mais fácil do que resolver o problema. Este mês a Câmara dos Representantes, de maioria Democrata, legislou no sentido de manter a prisão em pleno funcionamento. Neste momento estão detidos cerca de 250 terroristas, tendo nos últimos anos sido libertados ou transferidos algumas centenas. Entre os que foram libertados, cerca de 25 por cento deles regressaram a actividades terroristas, e os que estão detidos são considerados extremamente perigosos pela Administração. Não há duvidas que foram cometidos vários erros, nomeadamente nos primeiros anos. A prisão de alguns e a libertação de outros assim o prova. Mas como defendeu o Procurador-geral actual, Eric Holder, Guantánamo entrou num período de normalidade, onde o seu funcionamento não tem sido colocado em causa nos Estados Unidos. E a grande maioria da população apoia esta solução, com o julgamento dos seus presos em tribunais militares.
O que muitos críticos parecem se esquecer é que em Guantánamo estão detidos alguns dos mais perigosos terroristas do mundo, responsáveis por vários atentados espalhados pelo globo, desde Bali, Nova Iorque ou Bagdad. Através das investigações lá conduzidas, vários atentados terroristas foram impedidos e milhares de vidas foram salvas. Não deixo de estranhar que em Portugal alguns se preocupem mais com a passagem destes tipo de senhores por cá do que com a presença de terroristas das FARC numa festa de variedades em Lisboa. Critérios.
Pela minha parte, fico satisfeito que, por exemplo, Khalid Sheikh Mohammed, o terrorista que cortou a cabeça ao jornalista Daniel Pearl, esteja detido em Guantánamo. E que passe lá o resto da sua miserável vida.
Presidenciais 2011 - XXXI - Debate 3
Cavaco Silva vs Fernando Nobre. Mais um debate cordato e civilizado, com Cavaco a vencer (2:0): 1º ponto: Cavaco nunca despiu o fato de PR e isso deu-lhe sempre vantagem. 2º ponto: Sob o ponto de vista formal, Nobre tem muita razão, o problema é que após as intervenções de Cavaco, Nobre concordou vezes demais com o actual PR (apesar dos "mas")...
A Época Do Cinismo II
Se tivesse ficado ontem á noite, tranquilamente em casa, a ler a lista telefónica, não se tinha perdido nada...
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XXX - Debate 2
Manuel Alegre vs Defensor de Moura. Um debate sereno e cordato, com Cavaco omnipresente, ganho (1-0) por Defensor de Moura: Atacou a inconsistência do apoio BE/PS, levando a que Alegre nunca tenha sido claro sobre o que quer que fosse ("disse, mas não disse", "não sei", "foi uma piada"...) como indo parcialmente a "reboque" de Moura, o qual mostrou um discurso muito mais estruturado do que Alegre ( "Defice de desemprego", como algo de mau?. Por favor Sr Manuel Alegre, informe-se primeiro sobre o significado da palavra...)
Obrigado Wikileaks
Artigo de Valupi
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«Os imbecis da esquerda imbecil confiam cegamente em qualquer coisa que a diplomacia norte-americana ponha por escrito. Extraordinária revelação.»
Carlos Pinto Coelho 1944-2010
Aconteceu...Dono de um estilo muito particular, conseguiu levar a cultura a muita gente, com aquela sua maneira tão especial (O programa Acontece (1994-2003) foi o seu maior cartão de visita). Muito obrigado
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Os Pretensos Donos Da Democracia
Irrita-me a prepotência de certos senhores, que acham que o país lhes deve tudo e mais um par de botas. Donos da democracia? Não me "forniquem"...A alguns devo zero, e a outros, pouco mais do que isso (muito menos do aquilo que eles nos devem, enquanto povo)...
Muito Bom
Como banda sonora ficam Some Girls Are Bigger Than Others (Smiths ao vivo em 1986, um original de 1985, incluido em The Queen Is Dead (1986) This Charming Man (Hatful Of Holow de 1983) e Stop Me If You Think You´ve Heard This One Before (Morrissey ao vivo em 2006, original dos Smiths em 1987, album Strange Ways Here We Come)
Adeus Tristeza, Até Depois
Artigo do arcebisposarrafeiro
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Já dizia o poeta que "é melhor ser alegre que ser triste", mas isso não faz com que seja fácil ser Alegre. Não é fácil ser Alegre.
Um alegre candidato tem que calar a opinião de um alegre deputado o que choca com um alegre poeta que ninguém cala. Ora quando quem cala o alegre poeta - e o alegre deputado, e o alegre socialista, e o alegre dono do anti-fascismo - é ele próprio, perde-se a alegria e a coisa faz curto-circuito.
Um alegre livre pensador de esquerda, defensor dos direitos dos trabalhadores, que de forma louçãnica se revoltou contra a política do Sr. José precisa agora do apoio do Sr. José e dos amigos do Eng.º José, mas não pode concordar com as políticas do Sr. José, mas também não pode dizer que não concorda... nem dizer que concorda... e a coisa faz curto-circuito.
Uma alegre personificação da luta anti-fascista pela liberdade não pode pactuar com quem aprove em segredo voos da CIA, o que é uma chatice quando é a quem o apoia que se atribuem essas práticas menos transparentes... e é quem também o apoia mas mais em bloco quem condena estas práticas menos transparentes... e o eu alegre que ninguém cala não pode dizer ai... nem ui... e a coisa faz curto-circuito.
Não é fácil ser alguém que ninguém cala e não poder dizer o que quer que seja. Fica-se meio encavacado...
Acabar Com O Euro? Não O Façam
Versão portuguesa, para um artigo originalmente publicado no The Economist
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Os mercados obrigacionistas desdenharam os €85 mil milhões de apoio financeiro à Irlanda, decidido em 28 de novembro. Os juros aumentaram não só para a Irlanda mas também para Portugal, Espanha, Itália e até mesmo para a Bélgica. O euro caiu de novo. Como a um resgate fracassado se segue outro, as garantias solenes dos líderes da União Europeia de que a extinção da moeda única é impensável e impossível perderam o seu poder de persuasão. E isso leva muitos a questionar se o euro pode sobreviver.
O argumento em seu desfavor é que os cidadãos europeus já não podem viver sob o seu jugo. Na periferia da Europa, alguns anseiam por ser poupados aos anos de severa austeridade que possam ser necessários para os salários e os preços se tornarem competitivos. No núcleo dominado pelos alemães, estes estão fartos de pagar pela "irresponsabilidade" dos outros países e temem que, como credores, venham a sofrer se o Banco Central Europeu (BCE) reduzir o valor real das dívidas dos atrasados. Lá no fundo esconde-se a arreliadora suspeita de que este é um drama que a zona euro pode ser condenada a reviver uma e outra vez. Então, porque não sair agora?
A rocha e o lugar difícil
A história financeira está cheia de eventos que passaram do impensável para o inevitável a uma velocidade estonteante: a Grã-Bretanha deixou o padrão ouro em 1931, a Argentina abandonou a sua indexação ao dólar em janeiro de 2002. Mas um colapso do euro iria acarretar custos técnicos, económicos e políticos sem precedentes.
Esse colapso poderia ocorrer de duas maneiras. Um ou mais membros fracos (Grécia, Irlanda, Portugal, talvez a Espanha) podiam sair, presumivelmente para desvalorizar a sua nova moeda. Ou uma Alemanha saturada, a que se juntariam possivelmente a Holanda e a Áustria, poderia decidir desembaraçar-se do euro e restaurar o marco alemão, que então se valorizaria.
Em ambos os casos, os custos seriam muito pesados. Para começar, as dificuldades técnicas de reintrodução de uma moeda nacional, a reprogramação de computadores e máquinas de venda automática, a cunhagem de moedas e a impressão de notas seriam monstruosos (foram necessários três anos de preparação para o euro). Qualquer sugestão de que um país fraco estaria prestes a sair levaria a uma corrida aos depósitos, enfraquecendo ainda mais bancos em dificuldades. Isso resultaria em controlos de capital e talvez limites para levantamentos bancários, que por sua vez estrangulariam o comércio. Os que saíssem veriam cortado o financiamento externo, talvez durante anos, privando de alimento as suas economias de fundos.
O cálculo seria apenas ligeiramente melhor se o fugitivo do euro fosse a Alemanha. Novamente, isso conduziria a falências bancárias na Europa, com os depositantes a fugirem dos países mais fracos, levando à reintrodução dos controlos de capitais. Mesmo se os bancos alemães ganhassem os depósitos, os seus grandes ativos da zona do euro seriam desvalorizados: recorde-se que a Alemanha é o maior credor do sistema. Por último, os exportadores alemães, tendo sido os grandes beneficiários de uma moeda única mais estável, rugiriam de indignação ao verem-se de novo a braços com o marco em forte subida.
Se os aspetos económicos do estraçalhar do euro parecem questionáveis, os riscos políticos da detonação de uma reação em cadeia ameaçariam a estrutura do mercado único e da própria UE. A União Europeia e o euro foram os pilares da Alemanha do pós-guerra. Se esta abandonasse a moeda, com um custo enorme, e deixasse o resto da zona euro a defender-se sozinha, graves dúvidas surgiriam relativamente ao seu empenhamento na UE.
Se um país mais fraco saísse, pondo em risco não só os bancos europeus mas também a moeda, passaria a ser considerado um pária que exportava os seus males para os vizinhos. A partir do momento em que os controlos de capital fossem instaurados, os mercados financeiros da Europa ficariam em frangalhos e seria difícil manter o comércio transfronteiriço europeu. O colapso do mercado único, que tem feito mais do que qualquer outra coisa para unir a Europa, poria em risco a própria UE.
Mesmo que haja países que agora lamentem a adesão ao euro, deixá-lo não faz sentido. Mas o facto de dever sobreviver não significa que o consiga. E se os líderes europeus não forem mais longe e mais depressa, talvez não.
A recuperação da moeda única
Os líderes europeus foram lentos e tímidos na resposta às pressões do mercado. A Grécia e agora a Irlanda forçaram-nos, relutantemente, a apoios financeiros. Só tardiamente é que reconheceram que alguns países não necessitam apenas de empréstimos de curto prazo para remediar uma situação, mas que poderão ser incapazes de pagar as suas dívidas. Isso significa que um pouco de dor terá de ser infligida aos titulares de obrigações.
Isso será mais fácil de realizar agora que os Governos da zona euro concordaram que as emissões da dívida soberana a partir de 2013 devem conter cláusulas de ação coletiva, que impeçam que os investidores retenham e bloqueiem contratos. Os irlandeses já impuseram 'margens' aos titulares de dívida subordinada nos seus bancos, apesar de serem impedidos de o fazer para os detentores sénior de obrigações. Um tal discurso é inevitavelmente impopular nos mercados. Contudo, é possível que se verifiquem prejuízos se os investidores fizerem distinção entre os emissores de dívida soberana.
A crise deve igualmente ter levado para os países deficitários o custo elevado da sua incapacidade em realizar as reformas dos mercados do trabalho, dos produtos e dos sistemas de proteção social necessárias para restabelecerem a sua competitividade perdida. Mesmo que deixassem o euro, teriam de tomar essas medidas para sobreviverem. A reforma em si não só relançaria as economias moribundas, mas também criaria a possibilidade de crescimento futuro para salvaguardar a moeda única. A reforma seria mais fácil se os países excedentários (ou seja, a Alemanha) fizessem mais para estimular a sua própria procura interna.
Finalmente, se o euro quiser sobreviver, os países credores têm de fornecer mais ajuda aos países deficitários. Poderiam fazê-lo diretamente, ou o BCE poderia fornecer liquidez aos bancos ou comprar obrigações do Estado antes de caírem mais longe. Já indicou que poderia iniciar esta última hipótese de novo. A Alemanha detesta a ideia de uma ajuda mais importante aos países devedores, daí a sua lentidão em aceitar que sejam prestados apoios financeiros e a sua determinação em penalizar os titulares de obrigações. A sua recusa em subsidiar os mais fracos e esbanjadores é compreensível, mas a alternativa é pior.
A extinção do euro não é impensável, apenas custa muito caro. Porque recusam enfrentar a hipótese de isso poder acontecer, os dirigentes europeus não conseguem tomar as medidas necessárias para o prevenir.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Presidenciais 2011 - XXIX - Debate 1
Fernando Nobre vs Francisco Lopes: Futebolisticamente falando um claro zero a zero. Ambos os candidatos tiveram uma preocupação: Apresentarem-se aos Portugueses. O resto foi um debate fraco: Lopes preocupou-se em atacar Cavaco, Nobre resolveu salientar a sua independência e destacar a sua experiência de vida. Ambos falam em ser PR´s, mas na verdade nenhum deles pode ambicionar a muito mais do que 5% dos votos.
Música - People Are Strange
Jimmy Somerville, album de 2009 (Suddenly Last Summer), um original dos Doors (1967)
People are strange when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked when you're unwanted
Streets are uneven when you're down
When you're strange
Faces come out of the rain
When you're strange
No one remembers your name
When you're strange
When you're strange
When you're strange
People are strange when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked when you're unwanted
Streets are uneven when you're down
When you're strange
Faces come out of the rain
When you're strange
No one remembers your name
When you're strange
When you're strange
When you're strange
When you're strange
Faces come out of the rain
When you're strange
No one remembers your name
When you're strange
When you're strange
When you're strange
People are strange when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked when you're unwanted
Streets are uneven when you're down
When you're strange
Faces come out of the rain
When you're strange
No one remembers your name
When you're strange
When you're strange
When you're strange
People are strange when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked when you're unwanted
Streets are uneven when you're down
When you're strange
Faces come out of the rain
When you're strange
No one remembers your name
When you're strange
When you're strange
When you're strange
When you're strange
Faces come out of the rain
When you're strange
No one remembers your name
When you're strange
When you're strange
When you're strange
Presidenciais 2011 - XXVIII
A história remonta a 1967 (!) e foi desenterrada por Manuel Alegre. Que Cavaco não tem passado anti-fascista ao contrário de Alegre, é algo que todos sabemos. Insinuar que o actual PR foi "colaboracionista", isso sim, é preocupante, e muito mais preocupante é saber que em 2010, Alegre (que gosta de "encher a boca" com "chavões democráticos") tem como principal interessado na sua eleição, um trotskista.
Democracia Digital
É a versão "modernaça" da democracia directa, e conhecemos bem os seus defensores: Muito democratas quando fora do poder, totalitários quando no exercício do mesmo...
Richard Holbrooke 1941-2010
Pela "lógica Assange", nunca, o trabalho deste notável homem, teve alguma razão de existir...
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Anarquismo Difuso E Comunismo Primitivo (Velhas Ideias Que Passam Como Novas Recicladas Na Internet)
Artigo de José Pacheco Pereira
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Sei lá há quanto tempo que, quando tenho que falar daquilo que se chama "novas tecnologias de informação", já tão velhas como os "jovens" do Komsomol soviético, que insisto à cabeça que não são as tecnologias que mudam as sociedades, mas sim as sociedades que mudam, dando uma determinada utilização às tecnologias disponíveis e transformando-as em instrumentos dessa mudança. São as mudanças sociais que "escolhem" nas tecnologias disponíveis um determinado modo de uso social e depois as moldam na sua capacidade de intervenção. Claro que há alguma "acção recíproca", para usar uma velha terminologia hegeliano-marxista, mas a invenção, existência, conhecimento, disponibilidade de uma determinada tecnologia não gera por si só mudanças sociais profundas. Tem que ter "um tempo", um determinado tempo.
As senhoras empoeiradas da alta sociedade do século XVIII que se divertiam a levar uns choques eléctricos com a garrafa de Leyden, "conheciam" a electricidade, como os interessados pelas máquinas desde a antiguidade sabiam como funcionava a máquina a vapor de Herão de Alexandria, sendo que em nenhum dos casos o conhecimento da tecnologia levou à sua utilização para provocar uma "revolução" tecnológica. O caso da máquina a vapor é um caso paradigmático. Para ter havido a chamada "revolução industrial", foi preciso a conjugação de um conjunto de invenções práticas, como as de Watt, com as mudanças sociais que estavam em curso na sociedade inglesa, no domínio do trabalho mineiro e oficinal, na vinda de crianças e mulheres para trabalharem nas novas fábricas e nas minas, na urbanização acelerada, na diminuição da mortalidade, etc., etc. O processo no seu conjunto levou a ciência e tecnologia dos "gabinetes de curiosidades" do século XVIII para as sociedades de promoção industrial, mas os actores eram socialmente muito distintos, passando dos círculos da nobreza iluminista para os novos burgueses "industrialistas", como Josiah Wedgwood, o da cerâmica.
E, em todos estes momentos de mudança, nas chamadas "revoluções industriais", como aliás noutras nomenclaturas por "idades", proliferaram dois tipos de literatura, a utópica e a distópica, a dos "integrados" e a dos "apocalípticos". Num caso, o mundo novo estaria aí à esquina, com o fim da miséria, da doença, da exploração. Noutros casos, o Inferno teria descido à terra prometendo o Armagedão para as gerações imediatas. E o que se está a passar com a Internet não escapa a esta regra de efeitos e discursos, com um novo surto deste tipo de entusiasmos ou medos, que estão por aí a correr a pretexto das "revelações" da WikiLeaks. E de novo se esquece a regra que penso básica: é a sociedade que muda "usando" a Internet como instrumento dessa mudança, num processo global complexo e contraditório, e não a Internet que muda por si só a sociedade. Mas isto contraria a actual tendência para, no meio de muito deslumbramento tecnológico, esquecer que se está a dar um novo curso a algumas muito velhas ideias da política e da ideologia.
Entre essas ideias está o antiparlamentarismo a favor da "democracia directa", que na Rede seria o equivalente das assembleias "participativas", onde as minorias vanguardistas sempre reivindicaram para si o direito que têm os politicamente "esclarecidos" para governar "directamente", sem passar por essa coisa manipulada e grosseira que é o voto de todos. É isto a que chamam "democracia mediática", que nada tem a ver com a democracia. Este mesmo direito, apresentado como exemplo de um genuíno igualitarismo contra as elites que "manipulam" o povo (e que leva a afirmar ingenuamente que deixaram de o poder fazer porque há Internet e qualquer cidadão enraivecido pode colocar as suas queixas para centenas de milhões de leitores, embora o faça na realidade apenas para os seus companheiros de caixa de comentários), explica também o ataque à mediação, ao conhecimento, ao saber, à especialização, a favor de um valor universal igualitário de todas as opiniões. Este igualitarismo que se legitima numa variante moderna da "psicologia das multidões" promove a mediocridade como norma e está a erodir todo o sistema de mediações sem as quais o tecido da cultura não consegue tapar as pulsões da barbárie.
Outra ideia corrente é uma forma de comunismo primitivo, que considera amoral, anormal e tecnologicamente ultrapassada a propriedade, em particular a propriedade intelectual, e que legitima aquilo a que um velho autor bolchevique chamava a "acumulação socialista primitiva", ou seja, o roubo. No seu conjunto, estas ideias são uma actualização na moda dum radicalismo político "contra todas as fronteiras", a favor de uma espécie de anarquismo difuso que afirma que se for na Rede tudo é permitido em nome da liberdade de expressão, e que na Rede o roubo, a destruição de bens, a calúnia, as operações de intrusão, a violação da privacidade não são crimes, mas actividades legítimas, cuja perseguição configura um atentado contra as liberdades individuais e a igualdade absoluta de todos. O ataque à propriedade intelectual, que está a destruir a indústria discográfica e ameaça a cinematográfica, a aceitação pacífica do insulto e da calúnia nas caixas de comentários, a indiferença perante a violação do segredo em matérias de segurança (refiro-me, por exemplo, à publicação questionável do telegrama americano sobre as instalações estratégicas no mundo, uma verdadeira lista de alvos para o terrorismo), tudo hoje é legitimado.
O Público, por exemplo, num seu título desta semana sobre o assalto de retaliação que alguns hackers fizeram a sites do MasterCard, Visa e PayPal, que cortaram as contas da WikiLeaks, comparava essa actuação com uma "revolta popular online" (o que é uma contradição nos seus termos), e claramente não entendia que legitimar esses ataques informáticos é a mesma coisa que justificar partir vidros a bancos numa manifestação selvagem. Escusado será dizer que o mesmo se aplica aos ataques informáticos contra os sites do WikiLeaks
Entre as poucas excepções de interdições que ainda são admitidas como aceitáveis encontra-se a da pedofilia, mas bem vistas as coisas tal excepção é incoerente com o anarquismo difuso que por aí circula. Mas esse anarquismo é incoerente nos seus próprios pressupostos de que "tudo na Rede é permitido" porque é politicamente orientado. De facto um site de extrema-direita corre muito mais riscos de ataque informático do que se for de extrema-esquerda.
O que se está a passar na Internet só se compreende como o culminar, ou o evoluir, de um processo que desde o século passado está a mudar as democracias ocidentais industrializadas e que corresponde aos efeitos do acesso das grandes massas a diferentes tipos de consumo, não só material, como "espiritual". É matéria sobre a qual já escrevi com mais detalhe noutras alturas, mas era apenas uma questão de tempo até que um ascenso de uma forte pulsão demagógica gerasse uma enorme tensão com os mecanismos das democracias, que implicam para funcionarem um conjunto de mediações de tempo, espaço, reflexão e poder. Estas mediações são tidas como impedimentos inaceitáveis e elitistas para uma espécie de direito universal a tudo possuir, tudo ver, tudo falar, tudo opinar, tudo decidir num tempo curto (e o tempo curto é essencialmente afectivo e não racional), entendido como um empowerment natural e absoluto. E as "novas tecnologias" são um precioso instrumento para esse efeito, fornecem uma igualdade virtual, um anonimato necessário, um voyeurismo absoluto, uma plataforma sem mediações, uma mediocratização do discurso e da imagem, muita impunidade, e um amplificador do imediato, do sensacional, do espectacular, do pathos. Numa palavra só, favorecem a vitória da demagogia sobre a democracia, mas a culpa não é delas.
Disco - Gling-Gló
Björk com o Tríó Guömundar Ingólfssonar em 1990 é uma incursão no mundo do bebop e do Jazz...Estranha-se? Pois estranha, mas depois entranha-se, aliás a Islandesa até toca harmónica...Um disco absolutamente fantástico e bem demonstrativo das suas invulgares qualidades
Mais Um Pedido Ao Sr Assange
No dia em que o Dr Sampaio "despediu" o Dr Santana Lopes, o então PM afirmou, que o então PR, lhe tinha dito 3 vezes que não ia dissolver a AR. Podemos ouvir a gravação da conversa?
Presidenciais 2011 - XXVII
Inqualificável. Não sou nem jovem nem parvo, percebo bem o que se pretende. Espero que por alguma via (O Sr Assange parece-me o mais qualificado...) a explicação para a aliança Alegre-Louçã, e de caminho a relação Sampaio-Louçã desde os anos 80, e como já escrevi, a publicação das conversas privadas entre os três...
Tão Giro E Tão Interessante...
Aí está Portugal no Wikileaks, e tanta gente tão feliz...Ele são os vôos para Guantanamo autorizados por Luis Amado, ele é o amuo de Cavaco Silva por não ter sido recebido por Bush Filho na sala oval, ele é a telegenia e o carisma de Sócrates, ele é o papel do Presidente do BCP como informador de Washington, no que ás finanças do Irão respeita, ele é tudo e mais alguma coisa (quem quizer mais é só vir aqui e escolher tipo supermercado...). Aguardo outras informações relevantes, como (p.ex) as conversas privadas entre os Srs Jorge Sampaio, Francisco Louçã e Manuel Alegre, as quais são seguramente matéria de devassa, perdão, interesse público...
domingo, 12 de dezembro de 2010
Açúcar Racionado
Porquê, a propósito do quê, e por instruções de quem? Não existe motivo nenhum para o que está a acontecer em algumas grandes superficies. Talvez fosse uma ideia questionar o Sr PM sobre a matéria (Dado que o Sr Ministro da Agricultura desconhece o tema)...
Filme - A Verdade E O Medo
Realizado em 1956 por Fritz Lang, a partir de uma história de Douglas Morrow, tem alguns pontos em comum com "Pavor Nos Bastidores" (1950) de Hitchcock ( sendo o "twist" final o mais evidente), apesar de assentar em bases muito distintas. Roy Thompson (Philip Bourneuf) é um procurador do ministério público profundamente ambicioso, tendo como assistente Bob Hale (Arthur Franz), um ex-namorado de Susan. Austin Spencer (Sidney Blackmer) é dono de um jornal e um homem muito poderoso, cuja filha Susan (Joan Fontaine) namora com o escritor e seu empregado Tom Garrett (Dana Andrews). Quando uma actriz de cabaret é assassinada e perante a falta de pistas da polícia, Austin (100% contra a pena de morte, ao contrário de Thompson) tem uma ideia: Montar um conjunto de provas circunstânciais que incriminem Tom, para em julgamento desacreditar Thompson. Tom vai alinhar no jogo, acaba por ser constituido arguido, o problema é que quando Austin se dirige para o tribunal, morre num acidente, o qual destroi as provas do seu plano e de Tom...O resto fica para ver neste notável "filme Noir"...
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Alfred Hitchcock,
Cinema
sábado, 11 de dezembro de 2010
Música - Rage Hard
Frankie Goes To Hollywood, versão 12" para um tema de 1986, incluído no album Liverpool.
Livro - Nós
Muito menos conhecido que Huxley ou Orwell, o escritor russo Yevgeny Zamyatin, foi uma das suas fontes de inspiração. Este livro escrito entre 1920 e 1921 (publicado originalmente nos EUA em 1924 - Esteve proibido no seu país natal até 1988) retrata mais uma sociedade totalitária, disfarçada de outra coisa: Um mundo perfeitamente transparente, onde até as casas o são, no qual cada cidadão vigia o seu vizinho, sendo tudo controlado ao extremo e com uma precisão matemática pelo "Benfeitor". O objectivo desse regime é alcançar a sociedade perfeita, a qual é incompatível com a liberdade individual. Um daqueles livros a (re)ler especialmente por certos senhores muito democratas...
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