Escrito em 1858 por Camilo Castelo Branco é deliciosamente genial (e invulgar): Não só contém um capítulo avulso (a ler quando o leitor entender), um capítulo que o autor aconselha que "é melhor nem lerem" e 2 prólogos (um destinado "a todos os que leram" e outro destinado "a alguns que leram" e um suplemento após o final do livro apresntado como prefácio. O escritor avisa: "É uma história que faz arrepiar os cabelos: Há aqui bacamartes e pistolas, lágrimas e sangue, gemidos e berros, anjos e demónios". A história é simples mas o seu tratamento torna o que poderia ser um romance de 5ª categoria num trabalho notável: Ludovina é filha de Angélica e Melchior (um funcionário da alfandega) e embora esteja interessada em Ricardo de Sá um homem com muitos sonhos mas instável, acaba por se casar (por vontade do pai) com João José Dias um homem muito mais velho o qual fez fortuna no Brasil e que é descrito como sendo fisicamente repugnante. Quando Dias desconfia que a sua esposa anda envolvida com outro homem (Francisco Nunes) dispara um tiro contra o homem deixando-o entre a vida e a morte. A partir daqui tudo muda e Camilo envolve-nos numa história contada de forma muito peculiar cheia de surpresas, voltas e reviravoltas, a qual acaba de forma inesperada.
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