Aqui há tempos, um meliante resolveu levar um miúdo, seu filho, a um assalto. Tratar-se-ia, é de pensar, da meritória e paternal intenção de prover a criança com os conhecimentos práticos necessários à continuidade familar da profissão. Uma atitude altamente educacional. Veio a polícia, o nosso homem deu às de vila diogo numa carrinha. A polícia disparou e, azar dos azares, acertou no rapazito, ao que consta invisível por ser mais baixinho. No seguimento do triste caso, o polícia foi condenado; ao meliante não se sabe o que aconteceu, mas julgar-se-á que continue calmamente no exercício da sua nobre actividade.
Recentemente, começaram os tipos dos smartphones a filmar cenas de agressões a polícias levadas a cabo por malandragem nocturna, ou diurna, em geral cadastrados e/ou copofónicos. Os agressores não foram baleados, deram à sola, os polícias foram parar ao hospital, sendo de presumir que levaram uma descompostura por não ter resistido devidamente aos desordeiros.
Ontem, uns impolutos cidadãos rebentaram as entranhas de mais uma máquina do Multibanco. Fugiram num carro preto. O alarme foi dado. Os vândalos foram perseguidos, andaram em contramão e, segundo a imprensa, terão escapado, via rotunda do relógio, para Norte. Outro carro, parecido, foi interceptado perto da tal rotunda. Os polícias mandaram-no parar por três vezes. O fulano não parou e aprimorou a atitude tentado atropelar os agentes. Esgotadas as possibilidades de apanhar o fugitivo "a bem", os agentes desataram aos tiros. O carro acabou por parar. Uma fulana que lá ia levou um tiro e morreu.O fugitivo não tinha a ver com o assalto, mas também não tinha carta de condução, nem seguro, nem se sabe de quem era o carro.
Hoje, a imprensa ribomba de críticas à polícia. Até referem as NEPs que regulam o uso de armas de fogo, as quais, lidas de trás para a frente e da frente para trás, dizem tudo e o seu contrário, o que quer dizer que os polícias deviam dizer aos malandrins que esperassem um bocadinho enquanto consultavam as NEPs a ver se podiam usar as armas.
Nos países civilizados, tanto a desobediência como a violência contra a polícia é crime grave e/ou séria agravante. Por cá, parece que não é assim. É certo que há polícias que são umas bestas. Mas, por um lado, são excepção, por outro, em casos como os acima referidos, não só a sua autoridade e os meios para a fazer valer não devem, ou deveriam ser postos em causa, ainda menos acabar por pagar o justo pelo pecador.
Mas parece que a opinião pública, ou perversa ou pervertida pelos media, não pensa assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário