Em Lisboa há três tipos de lojas: as recentes, as antigas e as com história. As recentes são recentes, as antigas são antigas e as com história são falidas.
A diferença entre uma loja antiga e uma com história é que a loja antiga vende produtos a clientes; a loja com história, não. Uma é parte activa da economia da cidade, a outra é património imaterial. Literalmente: não tem material que atraia clientes. Mas aguenta-se porque é "histórica" no sentido em que, historicamente em Portugal, todos desejam viver a expensas do Estado, que vai manter as rendas baixas. Às custas dos proprietários. A loja com história não tem clientes, tem fãs. Que, como se lembram de ter lá ido em criança, decretam que deve permanecer aberta. Na Baixa é costume ouvir:
"Ai, que loja tão apetitosa! Vinha cá com a minha avó. Tem algum produto útil a preço acessível?"
"Não. Mas tenho história."
"Dê-me então 1,3 kg de história, por favor."
A diferença entre uma loja antiga e uma com história é que a loja antiga vende produtos a clientes; a loja com história, não. Uma é parte activa da economia da cidade, a outra é património imaterial. Literalmente: não tem material que atraia clientes. Mas aguenta-se porque é "histórica" no sentido em que, historicamente em Portugal, todos desejam viver a expensas do Estado, que vai manter as rendas baixas. Às custas dos proprietários. A loja com história não tem clientes, tem fãs. Que, como se lembram de ter lá ido em criança, decretam que deve permanecer aberta. Na Baixa é costume ouvir:
"Ai, que loja tão apetitosa! Vinha cá com a minha avó. Tem algum produto útil a preço acessível?"
"Não. Mas tenho história."
"Dê-me então 1,3 kg de história, por favor."
Texto de José Diogo Quintela
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