O tema começa a fazer o seu caminho. Já escrevi várias vezes que não acredito que o Euro tenha uma vida longa, mas o que está em cima da mesa é a saída a curto prazo de alguns países. Como escreveu Bagão Félix, "um país em estado de penúria como o nosso não pode ter uma moeda forte. Isso ensina-se na primeira aula de economia. Não é sustentável". E como é que se sai ? De duas formas: 1."ás três pancadas", ou seja, vamos embora e não pagamos, e gera-se o caos politico, económico e social, esperando que a "poeira assente" para recomeçar tudo de novo (é um cenário que comporta riscos brutais). 2. A denominada "saída ordeira" (como defende por exemplo João Ferreira do Amaral). Tenho algumas dúvidas que tal seja possível, mas...Se tal acontecer quais são as vantagens ? Portugal recupera a sua soberania sobre a política monetária e cambial enquanto que o ajustamento deixa de estar sujeito a políticas de austeridade. Desvantagens? Numa primeira fase hiperinflação, aumento brutal dos preços (há quem estime que no supermercado a conta possa subir 40%), empobrecimento dos rendimentos do trabalho, aumento do desemprego, aumento da dívida externa, queda do PIB (estudos apontam para mais de 20%), fuga de capitais e instabilidade a todos os níveis. Entendo que sair do Euro "ás três pancadas" é cenário que não se põe, duvido que a "saída ordeira" seja tão linear como alguns defendem, mas defendo que o actual cenário não é sustentável muito mais tempo. Como é que se resolve este imbróglio com a menor dor possível ? É a denominada pergunta para 1 milhão de euros...
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