Este Governo tem coisas estranhas desde o princípio, a começar pela criação de megaministérios que não funcionam nem vão funcionar e a acabar numa sub-secretária de Estado de Paulo Portas que ninguém sabe o que faz. Mas nas últimas semanas, a estranheza assumiu variantes bizarras. O primeiro sinal foi a notícia da saída do secretário de Estado Almeida Henriques da pasta da Economia. A saída, na verdade, foi uma coisa um pouco diferente. Almeida Henrique não saiu, na verdade só vai sair daqui a dois meses. Para já, fica pela Rua da Emenda a tratar dos fundos comunitários e só depois é que avança para a Câmara de Viseu...
O segundo sinal é mais recente mas muito mais estranho. Como é que um ministro que se demitiu por ser confrontado com o envio de um processo para o Ministério Público ainda se mantém em funções? Nuno Crato avisou Passos Coelho da situação na terça-feira. Assinou o despacho na quarta. Na quinta divulgou-o e Relvas foi obrigado a sair.
Pelas minhas contas, o primeiro-ministro percebeu que tinha que substituir Miguel Relvas há exatamente uma semana. Mas ainda não o fez e Relvas ainda anda pela Gomes Teixeira. Ora, se anda por lá é porque ainda é ministro. Nunca tinha visto um ministro obrigado a demitir-se a ficar em funções tanto tempo. Mas, enfim, numa época de tantas surpresas é só mais uma. E no trajeto de Relvas é só mais uma originalidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário