Sou a favor de certos atentados, como os que, por legítima defensa, poderiam
(e deveriam) ser feitos contra o homem que fez o tal filme anti-Islão. De que
atentados falo? De um encharcado nas trombas do realizador, cristão copta
egípcio que, no bem-bom da Califórnia, acirrou cáfilas de exaltados que se
aproveitam do menor pretexto para atacar os cristãos coptas egípcios que, esses,
vivem no Egito sem proteção da polícia americana. Encharcado pespegado, não vejo
mais que violência possa ser justificada neste caso. Até o canalha desse
realizador copta tem direito de fazer uma xaropada sobre a pretensa vida sexual
do Maomé. Que isso pode ofender muçulmanos? Pode. Mas parte do mundo aprendeu
que podem coexistir o direito a sentir-se ofendido e o direito de dizer (filmar,
pintar...) mesmo com o risco de poder ofender outros. Não é má ideia. Não fosse
assim, ontem, a minha porteira não se teria sentido só perplexa quando ouviu no
telejornal que um milenário papiro copta (estes parecem danados para a ofensa,
mas foi só coincidência) revelava que "Jesus tinha mulher." Ela ouviu aquilo,
ofendeu-se (acreditou toda a vida na pureza sexual de Jesus) mas limitou-se a
abanar a cabeça. Não foi para a rua queimar bandeiras e invadir a primeira
embaixada. Se a minha porteira conseguiu fazer uma figura decente, julgo que os
clérigos muçulmanos que se engasgam com o tal filme também podiam conter-se. E
se não puderem, tratem-se.
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