Se pagarem, garanto que ideias para Workshops não me faltam...
Como posso engatar ou ser engatado? E ultrapassada essa
questão: como ter uma aventura sexual num espaço público sem ser visto? A estas
e outras questões promete dar respostas o primeiro workshop sobre engate e sexo
em Portugal, esta segunda-feira à noite, em Lisboa, inserido no movimento
'Primavera Global'. Fazer cidades democráticas também é preservar os espaços de engate e de sexo em
locais públicos, mas discretos. E você, quer vir hoje ao parque?". O convite
partiu de uma filósofa, Anabela Rocha, e de um sociólogo, Fernando André Rosa,
do coletivo 'Panteras Rosa', que decidiram associar ao protesto global que
decorre em 250 cidades mundiais - sete das quais portuguesas - tal formação.
A dupla promete fazer desfilar os formandos, a partir das 21 horas e
gratuitamente, pelas zonas de circulação e arborizadas do Parque Eduardo VII, em
Lisboa, habitualmente usadas para aventuras sexuais. E, ali, entre um arbusto e
outro ou atrás de uma árvore, fora da visibilidade pública, ensinar não só
técnicas de abordagem e prática sexual em locais públicos, como alertar para
casos de violência que tem ocorrido sobre os adeptos destas práticas.
Segundo Anabela Rocha, este singular workshop surge como forma de preservar a
história deste local como "zona de excelência de engate e de fantasias eróticas,
especificamente urbanas, de interação com um estranho".
"É necessário refundar as cidades numa perspetiva mais democrática. Este é o
nosso contributo nesse sentido. Há aqui uma herança 'queer' (identidades sexuais
não normativas) que é necessário não ficar estigmatizada mas antes obter
visibilidade e impor-se no mapa da cidade", refere.
"A prática de engate 'queer' nos parques favorece as interações sem
necessidade de consumir, sem barreiras linguísticas ou de classe",
acrescenta.
"Occupar o engate" - assim se chama a formação - parte junto à acampada dos
elementos que ali se fixaram no sábado à tarde, após a marcha pela Avenida da
Liberdade, contra as medidas de austeridade.
Além de engatados e quem já engatou, o workshop conta ainda com o contributo
do geógrafo Paulo Jorge Vieira, cuja área de investigação incide nesta temática.
(Noticia do JN)
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