O Automóvel Club de Portugal (ACP) diz que o combustível vendido nas estações de serviço de baixo custo da Galp, a Galp Base, é igual ao vendido nos outros postos de abastecimento.
Em comunicado, a ACP diz ter realizado “testes em laboratórios internacionais que provam que tem razão: os combustíveis vendidos no porto Galp Base, de Setúbal, têm aditivos, caindo por terra a justificação apresentada pela Galp (a ausência de aditivos) para a redução de preços”.
Segundo o ACP, “numa iniciativa inédita e insólita, anunciada publicamente pela GALP em 7 de Outubro de 2010 no Parlamento, a GALP decidiu recorrer aos Tribunais para tentar impedir o ACP de livremente intervir na defesa dos interesses dos consumidores, pela maior transparência na fixação dos preços dos combustíveis, independentemente do efeito que isso poderá ter nos elevados lucros das empresas gasolineiras”.
A ACP decidiu, por isso, apresentar na passada segunda-feira a contestação ao processo judicial, “defendendo-se deste ataque sem precedentes contra o seu papel na sociedade portuguesa”.
O ACP adianta ainda ter feito um levantamento de preços praticados nas lojas da Galp, “que provam que os preços praticados, para produtos diferentes de combustíveis (como água, refrigerantes, cerveja, chocolates, bolachas, etc), são entre 70 e 100 por cento mais caros que os praticados no mercado em geral”. Segundo a associação, isto “desfaz a outra justificação apresentada pela GALP para a diferença de preços (menores custos por não existir loja no posto Galp Base)”.
O ACP refere que era a Autoridade da Concorrência que deveria ter conduzido os testes e levantamentos aos preços e pede agora que a entidade presidida por Manuel Sebastião “não ignore as evidências que resultam deste processo judicial e decida finalmente intervir de imediato no cumprimento dos seus deveres”. (Noticia do Público)
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Galp garante não juntar aditivos. Carlos Barbosa diz ter provas e acusa petrolífera de não querer baixar os preços
O posto de combustível de baixo custo que a Galp abriu em Setúbal há dois meses desencadeou uma "guerra aberta" entre a petrolífera e o Automóvel Clube de Portugal (ACP). A associação dirigida por Carlos Barbosa desmentiu ontem a Galp, garantindo que realizou testes aos combustíveis e que, afinal, a gasolina apresenta os mesmos aditivos que existem nas bombas regulares. A Galp insiste que não junta aditivos e vai processar o presidente do ACP.
Carlos Barbosa assegura ter em sua posse provas, resultantes de testes realizados em laboratórios internacionais a várias amostras, que comprovam que o posto da Galp Base, sedeado na Avenida Infante D. Henrique, em Setúbal, tem um combustível igual ao que a petrolífera detém do lado oposto da rua, embora apresente preços mais baixos, que já chegaram a rondar os 17 cêntimos por litro.
Segundo Carlos Barbosa, ficará aqui demonstrada "a má vontade da Galp" para fazer baixar o preço dos combustíveis em todos os postos do País, alegando que estes testes "fazem cair por terra a justificação apresentada pela empresa para a redução de preços".
Porém, a petrolífera não acredita que o ACP tenha as provas, reafirmando que todos os postos da Galp que vendem mais barato não têm os aditivos que melhoram a performance dos motores.
Só que a petrolífera não se fica pelas palavras, tendo já anunciado que interpôs uma acção judicial contra o presidente do ACP e contra a própria instituição, sentindo-se lesada pelas "posições tendenciosas que põem em causa a Galp Energia." A empresa alega que as declarações de Carlos Barbosa colocam em causa a "imagem e o bom nome" da petrolífera, "com consequências económicas negativas", segundo o comunicado da empresa. Ainda assim, o ACP reclama agora a intervenção da Autoridade da Concorrência (AdC), justificando que é a este organismo que competirá realizar testes que dissipem as dúvidas sobre uma eventual concorrência desleal. Diz Barbosa que a AdC "podia e devia ter realizado os mesmos testes e levantamentos realizados pelo ACP", pedindo que "não ignore as evidências que resultam deste processo judicial e decida finalmente intervir de imediato no cumprimento dos seus deveres." No entanto, contactada pelo DN, a AdC recusou fazer comentários sobre o assunto.
Indiferentes à polémica, os automobilistas que ontem à tarde abasteciam no posto da Galp Base sadina não escondiam a surpresa face à notícia avançada pelo ACP, garantindo a maioria dos condutores - que ontem poupavam à ordem de 15 cêntimos por litro de gasolina - não notarem qualquer diferença. "O rendimento do carro é exactamente o mesmo", sublinha Aniceto Carvalho, enquanto Paulo Pinto referia: "Desde que esta bomba abriu, nunca mais fui a outra". Foi preciso esperar por Madalena Picão Fernandes para ouvir a reacção mais calculista. "Eu também costumo abastecer aqui, mas, por vezes, parece-me que o carro está a queimar mal. Já fui à oficina e o mecânico aconselhou--me a mudar. Só que a vida está tão cara..." (Notícia do DN)
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