Artigo de José Pacheco Pereira
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Manuel Alegre colocou o PS perante um facto consumado e no PS, em particular, a José Sócrates e a sua direcção. A única coisa que joga a favor da complacência de Sócrates e do PS com a atitude de Manuel Alegre é o convencimento de que só muito dificilmente haverá um candidato que possa ganhar a Cavaco Silva e, se é para perder, mais vale que seja Manuel Alegre do que qualquer candidato escolhido pela direcção.Alegre repete uma constante de várias eleições presidenciais. Parece, à partida, muito prometedor, até pelas simpatias da intelligentsia de esquerda e dos órgãos de comunicação, que lhe abrem um “espaço” simpático, mas depois falha nos votos como, se se parasse para pensar, se perceberia. Foi o caso da candidatura de Otelo e mais tarde da de Pintasilgo, as duas desenvolvendo-se com o mesmo padrão, muita esperança inicial, escassos resultados finais. A esquerda radical atira-se logo com entusiasmo ao candidato porque estas personagens abrem-lhe um terreno para o crescimento e porque há uma componente messiânica na sua mensagem. Foi assim que cresceram os GDUPs à volta de Otelo e o “pintasilguismo” saiu das reuniões confidenciais de senhoras para o “aprofundamento da democracia”, que mobilizou muitos esquerdistas agora no PS como foi o caso de Alberto Martins. Depois foi a desilusão.E a desilusão teria que ser, porque, por muito iludidos que estejam estes sectores e por muito radicalismo que ande por aí à solta e que encontrou no Bloco de Esquerda o seu tribuno parlamentar, a maioria dos portugueses costuma ter a sensatez de perceber que a retórica anticapitalista conduz à irresponsabilidade governativa, ao experimentalismo e ao desastre económico. As posições de Manuel Alegre, e é suposto que continue a defendê-las e não se subjugue ao pragmatismo tecnocrático de Sócrates, são irrealistas e confusas, muitas vezes demagógicas. E ele ofereceu-nos um ano de exposição pública para as percebermos melhor. A partir de agora, Alegre será perguntado, presume-se, sobre o que faria como presidente, diante deste orçamento, dianea da gigantesca dívida, diante do desemprego, diante da situação de crise económica crescente. Não custa imaginar o que dirá, mas não haverá voz tronitruante que não permita aos portugueses perceber que a “economia política” que se retira do seu discurso agravaria todos os factores de crise à solta na vida portuguesa
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Manuel Alegre colocou o PS perante um facto consumado e no PS, em particular, a José Sócrates e a sua direcção. A única coisa que joga a favor da complacência de Sócrates e do PS com a atitude de Manuel Alegre é o convencimento de que só muito dificilmente haverá um candidato que possa ganhar a Cavaco Silva e, se é para perder, mais vale que seja Manuel Alegre do que qualquer candidato escolhido pela direcção.Alegre repete uma constante de várias eleições presidenciais. Parece, à partida, muito prometedor, até pelas simpatias da intelligentsia de esquerda e dos órgãos de comunicação, que lhe abrem um “espaço” simpático, mas depois falha nos votos como, se se parasse para pensar, se perceberia. Foi o caso da candidatura de Otelo e mais tarde da de Pintasilgo, as duas desenvolvendo-se com o mesmo padrão, muita esperança inicial, escassos resultados finais. A esquerda radical atira-se logo com entusiasmo ao candidato porque estas personagens abrem-lhe um terreno para o crescimento e porque há uma componente messiânica na sua mensagem. Foi assim que cresceram os GDUPs à volta de Otelo e o “pintasilguismo” saiu das reuniões confidenciais de senhoras para o “aprofundamento da democracia”, que mobilizou muitos esquerdistas agora no PS como foi o caso de Alberto Martins. Depois foi a desilusão.E a desilusão teria que ser, porque, por muito iludidos que estejam estes sectores e por muito radicalismo que ande por aí à solta e que encontrou no Bloco de Esquerda o seu tribuno parlamentar, a maioria dos portugueses costuma ter a sensatez de perceber que a retórica anticapitalista conduz à irresponsabilidade governativa, ao experimentalismo e ao desastre económico. As posições de Manuel Alegre, e é suposto que continue a defendê-las e não se subjugue ao pragmatismo tecnocrático de Sócrates, são irrealistas e confusas, muitas vezes demagógicas. E ele ofereceu-nos um ano de exposição pública para as percebermos melhor. A partir de agora, Alegre será perguntado, presume-se, sobre o que faria como presidente, diante deste orçamento, dianea da gigantesca dívida, diante do desemprego, diante da situação de crise económica crescente. Não custa imaginar o que dirá, mas não haverá voz tronitruante que não permita aos portugueses perceber que a “economia política” que se retira do seu discurso agravaria todos os factores de crise à solta na vida portuguesa
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