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Parece incrível mas é verdade, basta fazer as contas: um técnico superior da Função Pública no topo da carreira levaria mais de 20 anos a ganhar o mesmo que Rui Pedro Soares num ano. É isto normal?
O Estado português tem vindo a ser destruído. Os responsáveis são vários e encontram-se em todos os partidos que nos últimos 20 ou 30 anos passaram pelos governos. A questão não é, pois - e apenas - mudar este Governo, mas mudar a forma como o Governo pode interferir nas empresas privadas e no próprio Estado que tem por missão administrar.
O mais recente caso - referente a Rui Pedro Soares - é um escândalo, mas é apenas mais um, que se torna muito visível pela sua falta de currículo profissional e envolvimento em campanhas políticas. O que faz um homem assim na Comissão Executiva de uma grande empresa? Vá lá, todos sabem, ou pressentem a resposta.
Esse homem ganha, num ano, o que um técnico superior principal da Administração Pública (topo de carreira) leva 20 anos a ganhar. O próprio Presidente da República precisaria de oito anos no cargo - mais de um mandato - para juntar aquela verba...
Isto diz bem da consideração que existe pelo Estado: é chefiado por um homem que vale oito vezes menos do que um administrador da PT sem currículo e os seus quadros não valem sequer um vigésimo...
Por pagar assim, o Estado tem vindo a desertificar-se de competências. E os governos recorrem, cada vez mais - e escandalosamente, note-se -, a privados para desempenhar e ocupar as funções que deveriam ser de agentes do Estado. Só o proverbial desinteresse dos portugueses sobre o que é comum nos leva a aceitar como normal que funções do Estado sejam desempenhadas ou ocupadas por amigos do Governo, como Rui Pedro Soares e não por profissionais com provas dadas na Administração Pública. Um Estado forte e respeitado (e não desrespeitado e grande como o que temos) deve ter no seu seio pessoas capazes de desempenhar todas as funções necessárias, seja a de fazer pareceres e projectos, seja a de representar os interesses do Estado (ou seja, dos cidadãos) numa empresa em que existe uma golden share (que pessoalmente me parece dispensável), seja em administrações de empresas, fundações e institutos públicos.
Ao contrário do que pretendem certas vozes que se dizem de esquerda, não é o liberalismo que destrói o Estado. O que o destrói é esta falperra, esta falta de vergonha, que por todo o lado se vê. Os lugares da Administração Pública assaltados por amigos, os quadros da Função Pública a ganhar mal e certos políticos a beneficiar de tudo isto.
Libertar o Estado deste jugo que lhe é imposto por uma política irresponsável e destruidora do bem comum é imperioso. E não basta mudar de Governo, é necessário mudar o sistema.
O Estado português tem vindo a ser destruído. Os responsáveis são vários e encontram-se em todos os partidos que nos últimos 20 ou 30 anos passaram pelos governos. A questão não é, pois - e apenas - mudar este Governo, mas mudar a forma como o Governo pode interferir nas empresas privadas e no próprio Estado que tem por missão administrar.
O mais recente caso - referente a Rui Pedro Soares - é um escândalo, mas é apenas mais um, que se torna muito visível pela sua falta de currículo profissional e envolvimento em campanhas políticas. O que faz um homem assim na Comissão Executiva de uma grande empresa? Vá lá, todos sabem, ou pressentem a resposta.
Esse homem ganha, num ano, o que um técnico superior principal da Administração Pública (topo de carreira) leva 20 anos a ganhar. O próprio Presidente da República precisaria de oito anos no cargo - mais de um mandato - para juntar aquela verba...
Isto diz bem da consideração que existe pelo Estado: é chefiado por um homem que vale oito vezes menos do que um administrador da PT sem currículo e os seus quadros não valem sequer um vigésimo...
Por pagar assim, o Estado tem vindo a desertificar-se de competências. E os governos recorrem, cada vez mais - e escandalosamente, note-se -, a privados para desempenhar e ocupar as funções que deveriam ser de agentes do Estado. Só o proverbial desinteresse dos portugueses sobre o que é comum nos leva a aceitar como normal que funções do Estado sejam desempenhadas ou ocupadas por amigos do Governo, como Rui Pedro Soares e não por profissionais com provas dadas na Administração Pública. Um Estado forte e respeitado (e não desrespeitado e grande como o que temos) deve ter no seu seio pessoas capazes de desempenhar todas as funções necessárias, seja a de fazer pareceres e projectos, seja a de representar os interesses do Estado (ou seja, dos cidadãos) numa empresa em que existe uma golden share (que pessoalmente me parece dispensável), seja em administrações de empresas, fundações e institutos públicos.
Ao contrário do que pretendem certas vozes que se dizem de esquerda, não é o liberalismo que destrói o Estado. O que o destrói é esta falperra, esta falta de vergonha, que por todo o lado se vê. Os lugares da Administração Pública assaltados por amigos, os quadros da Função Pública a ganhar mal e certos políticos a beneficiar de tudo isto.
Libertar o Estado deste jugo que lhe é imposto por uma política irresponsável e destruidora do bem comum é imperioso. E não basta mudar de Governo, é necessário mudar o sistema.
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