António Borges de Carvalho no Irritado
Aqui há tempos, você foi ao banco. Tinha 40.000 euros para aplicar. O tipo do banco dá-lhe várias hipóteses: depósito a prazo, com um rendimento de 0,2%, um fundo que garante 1,4% ao fim de cinco anos; umas obrigações do Sporting; mais uma série de interessantíssimas aplicações. Triste, vai para casa. No dia seguinte, um conhecido com quem costuma tomar o pequeno almoço na tasca lá do bairro, diz-lhe: investe no imobiliário, pá, é o que está a dar. Mas eu só tenho 40.000 dele, tenho que pedir um empréstimo. Lá isso é verdade, mas olha, sei de uma velhinha que mora em Adalhufe, concelho de Fortes Macucos, que tem um andarzinho na Brandoa e está à rasca de massas. Quem sabe se, bem trabalhada, não vende aquilo baratucho.
Você vai para casa. Pensa. Informa-se. Entra em contacto com a velhinha, conta-lhe uma história ternurenta, questões de família, os meus filhinhos precisam. Dali a pouco tempo, faz a escritura. Depois, faz uns arranjos na instalação de água e luz, deixa passar uns meses e, zás!, em três penadas vende o andar por 95.000 euros.
Tás a ver, pá, dei-te um bom conselho, e não quero comissão. Foi um vê se te avias, a massa rendeu mais de 100%.
A velhinha, agora, anda para aí a dizer que foi enganada. Mas já não há nada a fazer. Palavra dada é palavra honrada.
Porreiro pá.
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