O tema está em cima da mesa dado que existe a possibilidade da força política mais votada nas próximas legislativas não ser o que elege mais deputados. Não existem modelos perfeitos. Começo pelo "berço da democracia": Os gregos elegem 250 deputados e os outros 50 são atribuídos ao vencedor. Os Americanos elegem o seu Presidente através dum colégio eleitoral onde actualmente os 539 denominados "Grandes Eleitores" escolhem pelos "Pequenos Eleitores", ou seja, o eleitor comum. Noutros países (Inglaterra p.ex) o vencedor "leva tudo", ou seja, se o partido A vencer o partido B por 1 voto em todos os círculos eleitorais, esse partido A fica com todos os deputados, depois temos o método de Hondt (aplicado em Portugal) o qual "deita fora" inúmeros votos (estima-se que em 2011 cerca de 10% dos votos não serviram para rigorosamente nada). Existem ainda modelos em que votações abaixo de "x" não permitem eleger representantes (por absurdo, se o partido A vencer em Y com 100% dos votos, mas nacionalmente essa votação for inferior ao referido "x" não elege ninguém). A forma de tentar evitar distorções é transpor percentagens para mandatos, mas mesmo assim "não dá": Pegando nesta sondagem não é possível (p.ex) atribuir 81.65 deputados ao PS (resultantes dos seus 35.5% ). Apesar dos defeitos os sistemas democráticos funcionam, desde que cada um aceite as regras, mesmo no sistema mais discutível (o americano) apenas por 4 vezes (em mais de 200 anos) o Presidente eleito não venceu o voto popular: John Quincy Adams em 1824 (perdeu o voto popular por cerca de 45 mil votos), Rutherford B. Hayes em 1876 (perdeu o voto popular por cerca de 265 mil votos), Benjamim Harrison em 1888 (perdeu o voto popular por cerca de 95 mil votos) e George W. Bush em 2000 (perdeu o voto popular por cerca de 540 mil votos) - Espero que em Portugal (como sempre aconteceu até hoje) o vencedor em votos coincida com o vencedor em mandatos, mas caso tal não aconteça, cada um seja "crescidinho" para respeitar o resultado.
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