Hoje foi anunciada mais uma manifestação para o próximo dia 30 de Junho em Lisboa e no Porto, desta vez convocada pelo Movimento dos Sem Emprego. Nas ruas portuguesas têm-se manifestado tantas organizações que é difícil seguir-lhes o rasto. É o Movimento 12 de Março, o Movimento dos Precários Inflexíveis, a Plataforma 15 de Outubro, a Plataforma Global PT e ainda as manifestações dos sindicatos e as do PCP, estas talvez as que têm tido mais força e menos projecção mediática. No último 25 de Abril um grupo chegou mesmo a anunciar a maior manifestação desde 1974. Pelo meio têm surgido vários movimentos de ocupas em Lisboa e no Porto e há semanas saiu o milésimo manifesto da esquerda dos últimos anos, desta vez, a livre, para reivindicar algo que não percebi muito bem o quê. Será difícil captar o que pretendem com esta panóplia de movimentos e manifestações. Não há um objectivo claro (daí a proliferação de organizações e manifestações), mas haverá uma motivação comum a todos eles: protestar contra as políticas deste governo em particular e contra o capitalismo em geral. Um dos problemas da esquerda que se manifesta nas ruas, desalinhada do sistema (a excepção aqui é e será sempre o PCP), é a falta de um objectivo concreto das suas reivindicações e principalmente a dificuldade em dotar essa contestação de um rumo claro que as pessoas possam compreender. Sim, já sabemos que querem mudar o país, mas como? Com uma revolução? Com a queda deste governo e a eleição do PS? Com um governo de coligação PCP/BE? Com a criação de um novo movimento político para governar? Com o fim da democracia representativa? Estou certo que haverá pessoas nestes movimentos com opções para todos os gostos. Mas se permanecerem assim, divididos, desalinhados e fragmentados, não abandonarão a inconsequência. Podem convocar mil e uma manifestações, que o governo agradece.
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