É sempre no ano seguinte. Em 2008, este era o
ano de todas as dificuldades, no ano seguinte ia melhorar. Em 2009, estávamos no
pico da crise, no ano seguinte ia-se partir para outra. Em 2010, tinham que ser
tomadas as medidas mais duras, a partir do ano seguinte começavam-se a ver os
efeitos positivos. Em 2011, era o “pior dos anos”, depois no ano seguinte
começava a “recuperação”. Em 2012, atravessamos o “momento mais difícil”, mas no
ano seguinte começamos a “crescer”. Tenho poucas dúvidas sobre o que nos vai ser
dito em 2013
Não admira que as pessoas odeiem o presente. É
que começam a perceber que o futuro é igual ao presente, por muito que os
enganem sobre ele. Estão presas no presente, como se de um pântano se tratasse.
Ninguém é feliz dentro de um pântano. E pensam, no meio da atmosfera miasmática,
das sanguessugas e das cobras, e do lodo, “falem-me de tudo menos do ano
seguinte”. O “ano seguinte” é sempre este.
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