Mas não sou nem ignorante nem parvo...Este ano "apenas" vi o meu escalão de IRS subir, "apenas" vou ficar sem uma parte do subsidio de Natal, "apenas" tive um aumento de ordenado igual ao prémio de desempenho (zero) e "apenas" vi o meu rendimento líquido diminuir em algumas centenas de euros. Para o ano vai ser ainda pior, as centenas de euros vão-se transformar em milhares: Adeus á isenção do IMI, adeus ás deduções em sede de IRS do capital do meu empréstimo á habitação, adeus a muitos produtos no escalão intermédio de IVA, e adeus a muitas outras coisas (como trabalho no privado, ainda não sei se me posso, ou não, despedir dos subsidios de Férias e Natal...). Sei bem, que menor rendimento generalizado implica menor consumo generalizado e menor consumo generalizado implica uma contracção da Economia, com todos os efeitos nefastos que se conhecem (alguns acreditam num cenário "double dip" - Um cenário em W se preferirem -, eu acredito mais num cenário em "L"). Passos Coelho questionou como é que se chegou a isto? Poderia estar o resto da vida a escrever sobre isso, deixo alguns exemplos: Subsidios para tudo e mais alguma coisa (incluindo para não fazer nada, "de assiduidade" - como se isso não fosse uma obrigação..., de "serviço"- mesmo estando de férias...), o conceito que tudo deveria ser "tendencialmente gratuíto" - Escolas, hospitais, vias rápidas, etc (de preferência quanto mais infraestruturas melhor) - como se as coisas não tivessem um custo...PPP´S desastradas, 10 estádios para o Euro 2004 (Organizações conjuntas, Bélgica e Holanda em 2000, Austria e Suiça em 2008 e Polónia e Ucrânia no próximo ano só precisam de 8 - 4 em cada País), aeroporto de Beja (o tal com menos de 7 passageiros por dia), um metro do Porto com uma oferta 400 vezes (!) superior á procura, rotundas atrás de rotundas, Fundações e Empresas Municipais sem justificação nenhuma: como é possível que a Parque Expo - a qual deveria ter acabado em 1998 - continue por aí a dar milhões de prejuízo?, como é possível que uma empresa de "chulice pública" (desculpem-me a linguagem) como a EMEL dê prejuízo?. Acessores e Boys "aos molhos" (alguns deles nem para despejar o lixo servem, quanto mais para acessorar...), Estudos dos estudos dos estudos... (veja-se o aeroporto de Lisboa: Quantos milhões se gastaram décadas a fio? Agora já não se faz). "Engenharias" financeiras, ocultação/manipulação de contas sem "quem de direito" mexesse uma palha, etc, etc. Já disse e repito que não sei como é que se sai disto, sei que a actual cura é bem capaz de matar o doente, mas sei também que a solução (muito querida por certa esquerda) de pôr "gasolina na fogueira" é um suícidio. Estamos todos tramados? Todos é talvez um exagero...
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