sábado, 15 de outubro de 2011

Tanto Barulho Para Nada

Artigo de Francisco Mendes da Silva
.
Em 2001, os Manic Street Preachers foram a primeira banda rock a tocar em Cuba - um desenvolvimento natural, dada a confluência ideológica entre os três galeses e o regime caribenho. No camarim do teatro Karl Marx, os Manics foram visitados por Fidel Castro, que iria estar na plateia. Avisado por James Dean Bradfield de que o concerto haveria de ser bastante barulhento, respondeu: "mas não há-de ser mais barulhento do que a guerra, pois não?".
Pois não. E os Manics assim ficaram, calados, reduzidos à insignificância da sua militância de laracha.
Nos tempos de Fidel, a esquerda não andava para aí a pedinchar aos governos burgueses: pegava em armas e tomava o poder. Ponto. Mas isso era quando a esquerda tinha uma ideia de como organizar a sociedade. Era uma ideia errada, como tragicamente se viu, mas era algo que se podia identificar e discutir. Agora, exposta a invalidade dos seus pressupostos históricos, e na penúria de alternativas que lhe dêem uma nova razão de ser, sobram estas charadas de fim-de-semana.
Em vez de revoluções, fazem-se passeatas e piqueniques. Antes assim.

Sem comentários: