São cerca de 2000 poemas de 267 autores agora compilados numa obra que pretende dar uma panorâmica da poesia portuguesa desde o século XIII até ao início do séculoXXI. Se é certo que a poesia aspira sempre ao eterno, ela não é, contudo, intemporal. Está sujeita ao gosto, às correntes estéticas, às modas de cada época. Alguma sobrevive, outra cai no esquecimento. Reunir num único volume aquela que sobreviveu ao tempo e aquela que ficou esquecida é o grande objectivo de Poemas Portugueses, a mais vasta antologia de poesia portuguesa jamais feita e que será lançada amanhã no mercado. A obra, que reúne cerca de dois mil poemas de 267 autores, cobre oito séculos de arte poética e tem a chancela da Porto Editora. Foi organizada por Jorge Reis-Sá e Rui Lage e tem o prefácio de Vasco Graça Moura.De D. Afonso X, rei de Leão e Castela, até Luís Quintais, cujos poemas incluídos datam de 2008. "Dar a conhecer a poesia portuguesa para além do cânone, nas suas rupturas, nas suas várias correntes e universos, foi o nosso principal critério", afirma Jorge Reis-Sá. O volume conta com uma primeira parte dedicada à lírica portuguesa produzida até ao século XIX e uma segunda parte dedicada ao século XX, considerado o período áureo da poesia portuguesa. Assumindo "a parcialidade e subjectividade das escolhas" , Reis- Sá declara ainda que esta obra "não se destina a poetas nem a críticos, mas a leitores de poesia". A entrada de cada poeta na antologia é acompanhada de um pequeno texto introdutório, que visa situar os poemas e os autores no seu tempo e no seu universo estético e estilístico. Para a escrita destes textos foram convidados nomes como Giuseppe Tavani, considerado o principal especialista em poesia medieval europeia, Perfecto Cuadrado e Nuno Júdice, entre muitos outros. Dar uma perspectiva de cada poeta, "mostrá-los nas suas evoluções e transformações", foi outro dos critérios, explica Rui Lage. Daí que a amostra de poemas de cada autor varie "em função daquilo que criaram e da importância que conquistaram" no panorama da criação poética, diz ainda. Pela policromia dos universos poéticos, a sua musicalidade ou obscuridade, as suas rupturas ou hermetismos, esta obra é para Vasco Graça Moura "um grande monumento e documento da língua portuguesa". (Noticia do DN)
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
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