Em 1995 a Notícias Magazine promoveu um concurso denominado "Procura-se Primeiro Ministro" onde os concorrentes tinham que encarnar o papel de PM e escrever um discurso sobre um qualquer tema "polémico". Os 3 melhores trabalhos foram premiados com um relógio que na altura custava mais de 60 contos. O meu continua a funcionar lindamente:
A Inflação, A Lua, o Tremoço e a Imperial (Publicado originalmente a 23 de Agosto de 1995)
Portugueses em particular e cidadãos terrestres em geral: Com o advento do 3º Milénio e com a crescente globalização do planeta e tendo em conta que no reino do intelecto tudo é possível, proponho-me de uma vez por todas, preto no branco, numa lógica de 2 em 1, explicar os porquês da inflação e as medidas para a combater de vez.
Que ela existe já todos nós sabemos e desde o pai Smith, até aos pós-neo-liberais, já muito boa gente deu explicações e ideias de como combater o problema, mas o que é verdade é que ninguém o conseguiu resolver.
A questão reside no facto de todas as teorias estarem "demodés", pois entretanto apareci eu e aquilo que eu afirmo é simples:
Quanto mais pesada é uma coisa, mais depressa cai, logo quanto maior e mais pesada for uma moeda, mais depressa é inflacionada o que subsequentemente provoca que na terra a inflação seja maior do que na lua, o que deriva igualmente do peso gravitacional de ambos os corpos celestes.
Pelo atrás exposto é fácil de concluir que o fenómeno da inflação se deve muito mais ao poder gravitacional dos corpos nela inseridos do que ás más políticas monetárias, às pressões da oferta e da procura e aos ministros das finanças.
O combate â dita cuja é simples, e dado que só faço aquilo que antes prometi, prometo desde já implementar não um pacote mas sim O pacote tremoço (Tratamento Radical e Específico de Moedas e Outros Corpos em Órbitra) que será coordenado pela imperial (Instituição Monetária Portuguesa Encarregue de Reformar a Inflação Através da Lua),
As medidas a tomar são:
1. Fabrico de moedas em materiais ultra leves
2. Diminuição do tamanho físico das notas
3. Passagem ao estado gasoso de todos os metais, por forma a facilitar a sua entrada em órbita
4. Transferência de todas as autoridades monetárias para a base lunar Alpha.
Podem perguntar-me quanto é que isto vai custar ao erário público, ou seja a todos nós, e a resposta é nada.
O primeiro ponto será patrocinado pelos construtores de monolugares da Fórmula Um.
O segundo ponto só por si representa uma poupança de papel e tinta, com evidentes vantagens económicas e ecológicas
O terceiro ponto é o que se reveste de maior facilidade. Basta por os metais ao sol e esperar que derretam.
O último ponto será financiado pela NASA, tendo a colaboração especial do comandante John Koenig e dos selenitas.
Com estas medidas Portugal poderá finalmente ver-se livre de um velho mal e trocar os PEDIPS, FEOGAS, Dellors e outros, pelo tremoço e imperial, muito mais ao gosto nacional.
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