Realizado em 2016 por Kenneth Lonergan venceu 2 Oscares (Actor Principal: Casey Affleck e Argumento Original: Kenneth Lonergan) tendo sido nomeado nas categorias de Melhor Filme, Actor Secundário (Lucas Hedges), Actriz Secundária (Michelle Williams) e Realização, tendo ao todo obtido 127 prémios em 375 nomeações. Um filme ser "bonito" e "cruel" ao mesmo tempo é algo invulgar, mas este trabalho consegue ser as duas coisas. Após a morte do seu irmão (Joe - Kyle Chandler), Lee (Affleck) um encarregado de limpeza (um homem complicado com uma vida que detesta) desloca-se a Manchester By The Sea, onde está 100% fora do "seu mundo" (vários anos após ter deixado o local), e tudo piora quando descobre que o seu irmão o nomeou em testamento para tomar conta do seu sobrinho (Patrick - Hedges) de 16 anos, o qual pertence a uma equipe de hóquei, a outra de basquete, tem uma banda e duas namoradas e ninguém (com excepção de Patrick) sabe onde é que a mãe do adolescente anda (em tempos foi alcoólica e esteve internada numa instituição psiquiátrica), ao mesmo tempo que reencontra a sua ex-mulher (Randi - Williams), mãe dos seus filhos, os quais morreram num estúpido acidente do qual ele é vagamente responsável e muitos familiares com os quais tem pouco ou nenhum contacto. A relação tio/sobrinho é particularmente complexa (nem Lee quer regressar a Manchester By The Sea, nem Patrick quer ir viver com o tio para Boston, para além de divergirem em quase tudo) Realização imaculada, assente numa gestão perfeita de todos os tempos "visuais" (a fotografia de Jody Lee Lipes é fantástica) e "narrativos" (os vários "flashbacks" são profundamente certeiros) tudo assente num ritmo deliberadamente lento (o filme dura mais de 2 horas e um quarto) . Elenco de um trabalho que "em mãos erradas" poderia ter facilmente descambado para a "lamechice" - É um filme sobre "fantasmas no armário"? É, mas quase não o aparenta...Acaba bem? É uma questão de perspectiva
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