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Ontem assinalou-se o décimo aniversário dos ataques do 11 de Setembro. Com a Al-Qaeda muito fragilizada e à beira do abismo, Barack Obama tem neste capítulo uma vitória para apresentar ao povo americano. E Obama bem precisa de vitórias. Todas as sondagens apontam para uma taxa de aprovação inferior a 50 por cento, com valores muito baixos nas diferentes áreas. Por exemplo, se olharmos para a Gallup de Agosto, Obama tinha uma aprovação de 24 por cento no combate ao défice, 26 por cento na economia e 42 por cento na política externa. A única área em que recebe a aprovação da maioria do povo americano é precisamente no combate ao terrorismo, com 53 por cento a aprovar e 40 a reprovar. E o que Obama tem feito nesta área? Pois é, ao contrário do que vamos lendo por aí numa certa corrente de opinião, é precisamente nesta área que a Administração Obama pouco mudou em relação à anterior. Senão vejamos o que tem sido feito nestes últimos três anos.
Muito se verberou contra a prisão de Guantánamo. Obama, no meio da retórica da sua campanha presidencial, prometeu fechá-la imediatamente. Mas o choque com a realidade foi demasiado forte para manter essa promessa, e na verdade, Guantánamo continua aberta e em pleno funcionamento. Houve coisas que correram mal na prisão cubana? Sem dúvida, mas na verdade, esses erros já tinham sido corrigidos antes de Obama entrar na Casa Branca. Hoje continua um dos baluartes do esforço americano contra o terrorismo. E já ninguém fala disso.
O Patriot Act foi um pacote legislativo que teve um apoio bipartidário aquando da sua aprovação, ainda na ressaca do ataque do 11 de Setembro. As forças de autoridade viram simplificado o seu papel na demanda por actividades terroristas, o que, segundo alguns, constituiu um ataque às liberdades dos cidadãos. No meio da fúria anti-George W. Bush que varreu o planeta, o Patriot Act era um dos alvos preferidos dos seus detratores. E o que fez Obama? Pediu ao Congresso a sua prolongação.
Os ataques de Drones Predators, iniciados em 2004 por ordem de George W. Bush para matar suspeitos de terrorismo, ganharam um novo fôlego com a Administração Obama. Desde 2009, os ataques com Drones aumentaram de forma substancial no Paquistão, tendo o seu âmbito sido alargado a outras regiões, como no Iémen ou na Somália. Estes ataques têm sido eficazes na eliminação de vários dirigentes da Al-Qaeda. Ainda recentemente o número dois, Atiyah abd al- Rahman, foi eliminado no Paquistão.
Por fim, a morte de Osama Bin Laden foi o culminar de uma longa operação iniciada ainda durante a Administração Bush. Obama teve o mérito de dar total liberdade à CIA, bem como optar pela operação terrestre, em vez de mandar bombardear o local onde Bin Laden estava refugiado. Este é talvez um dos maiores méritos reconhecidos da sua presidência.
A gigantesca máquina contra o terrorismo criada pela Administração Bush, nomeadamente o Department of Homeland Security, novas agências federais ou aumento da coordenação entre os serviços de espionagem, em nenhum momento foi colocada em causa pela Administração Obama. Se foram cometidos erros no combate ao terrorismo nestes últimos 10 anos? Muitos. Mas a verdade é que essa política global tem resultado e os Estados Unidos nunca mais foram atacados desde 2001. E ninguém pense que foi por falta de tentativas. Obama percebeu isso e continuou basicamente com as mesmas políticas anti-terror de George W. Bush. Que pouca gente tenha percebido isso por estes lados é um verdadeiro mistério. Ou talvez não.
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