sábado, 15 de junho de 2019

O Quarto

Trabalho final deste vosso blogger no âmbito de uma formação em escrita criativa - Os links servem apenas como ajuda, não foram utilizados no trabalho original.

Chamo-me Carlos, tenho 30 anos e sou contabilista. Vivo sozinho, trabalho em casa e saio apenas aos fins de semana para ir beber um copo com os amigos.
Acabo de acordar. Acendo a luz, olho ao meu redor e não sei onde estou, tudo é estranho e o mais invulgar é a decoração do local: Faz-me lembrar o quarto do Bates Motel onde Marion Crane foi assassinada no filme do Mestre Hitchcock. Os mesmos quadros com desenhos de pássaros nas paredes, a mesma cómoda aos pés da cama, o mesmo espelho à entrada, a mesma porta, na verdade tudo é igual. Levanto-me, afasto as cortinas para abrir a janela, mas em vez de a encontrar deparo-me com uma parede de tijolo. Procuro o meu telemóvel mas não o encontro.
Começo a pensar nos acontecimentos do dia anterior: Trabalhei o dia todo em casa, não bebi, e ao contrário do habitual não vi nenhum filme de terror antes de me deitar.
Penso em ir à casa de banho mas algo me diz que não é uma boa ideia, pois a famosa cena da banheira vem-me à memória. Reparo que no chão se encontra a roupa que vesti ontem, e é a única que tenho. Visto-me e decido sair do quarto na esperança de perceber onde é que estou, ou encontrar alguém que me possa ajudar.
Ao sair do quarto deparo-me com algo inesperado: À minha frente encontra-se um longo corredor o qual parece saído do Overlook Hotel do filme The Shining e tal como no quarto neste novo sítio tudo é igual ao filmado por Kubrick: O mesmo mobiliário de hotel, o mesmo papel de parede, os mesmos candeeiros, tudo. Se estava assustado neste momento começo a sentir o suor a escorrer, as pernas a tremer e o coração a bater de forma descontrolada. 
Estou a enlouquecer, terei morrido e ido para um qualquer outro mundo? O facto é que o pânico começa a tomar conta de mim, não sei o que fazer e neste momento é para mim claro que não me quero cruzar com ninguém, pois provavelmente as únicas pessoas que verei serão Norman Bates e Jack Torrance. Apenas quero voltar ao meu canto e recuperar a minha zona de conforto, mas como?.
De repente começo a ouvir um som irritante o qual vai aumentando de volume e penso que mais surpresas desagradáveis me estarão reservadas.
Abro os olhos e percebo que o ruído era o do meu despertador, olho ao meu redor e felizmente estou no meu quarto, tudo não passou de um pesadelo, mas quem é a rapariga que está deitada a meu lado? As suas semelhanças com Marion Crane são evidentes…

2 comentários:

Unknown disse...

Bom começo ☺

pedroc disse...

Obrigado pelo comentário