Romney não é McCain: não se ficou pelo financiamento público, surpreendeu nos
debates e tem narrativa económica. E Obama não é Obama: foi-se a surpresa, é
"normal" em debate e fugiu-lhe o álibi Bush. É este duelo que está na arena
nestes dez dias finais de campanha: um pragmático conservador contra um
progressista pragmático. O que pode, então, fazer a diferença? Para Obama, a
mobilização do voto antecipado e uma corrida súbita às urnas da sua palete de
cores preferida: jovens, mulheres, latinos e afro-americanos. O voto antecipado
não tem corrido mal, sobretudo no decisivo Ohio, mas a mobilização é uma
incógnita. Mil milhões de dólares angariados podem dar o toque de caixa, mas
esbarram num número igualmente astronómico e pornográfico: outros mil milhões no
bolso de Romney. Aqui, o voto do americano branco e das classes trabalhadoras
vai definir a aproximação ou, até, a vitória. Há quatro anos, dinheiro em falta
foi voto fora da caixa. Mas Romney não é McCain e Obama já não é
Obama.
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