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O vídeo dos Anonymous apelando a um ataque ao Facebook, embrulhado num palavreado típico do mambo jambo ideológico contra os EUA, é colocado como se fosse a coisa mais pacífica deste mundo por tudo quanto é sítio. Os nossos jornais de referência lá o têm, mais os links e as instruções destinadas a abater o inimigo capitalista. OK, dirão os micro-pensantes que pululam pela Internet, não o colocar é censura. Balelas, tretas! Experimentem colocar em linha num sítio sério, por exemplo, e de novo, num jornal de referência português, uma receita para envenenar saladas com e.coli nos restaurantes que têm self services, algo de fácil e também “anónimo”. Juntem-lhe um apelo ideológico qualquer à vossa escolha: contra os McDonalds, os alimentos geneticamente modificados, as alfaces recolhidas por trabalhadores não sindicalizados, os produtos químicos usados pela agricultura não-biológica, ou o imperialismo americano, que é tudo a mesma coisa, Escolham um nome pomposo em inglês do género “Animal response”, “Bacteria Legion”, “Salad anonymous fighters”, SAF, e façam um vídeo no YouTube a explicar o método. Vejam o clamor e muito provavelmente a polícia que vão ter á porta.
O que acontece com os Anonymous é que a actividade criminosa aparece associada a um glamour tecnológico que nos deixa babados de reverência perante a modernidade dos instigadores do crime e incapazes de ultrapassar o mesmo nível de micro-pensamento (já uma complacência de minha parte porque devia ser nano ou pico-pensamento…) que leva muita gente a considerar que há aqui uma qualquer “luta” com significado social. Não há, nem luta, nem protesto, mas arrogância (o vídeo dos Anonymous é um exercício insuportável de arrogância vanguardista, aliás com laivos proto-fascistas), mais instigação ao crime.
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