Este artigo de Daniel Amaral (um dos ideologos do Bloco de Esquerda cheio de "tempo de antena") denota alguma frustração e desilusão face ao Bloco. Duas curiosidades: Uma é á falta de memória, pelos vistos o Senhor quando utiliza o facto do PCP ter estado coligado com o PS na câmara, como arma de arremesso, esquece-se que o Bloco também esteve nos tempos de Jorge Sampaio, mas isso de tentar refazer o passado é genético na extrema esquerda...A outra curiosidade é que sem querer (?) Daniel Amaral põe "preto no branco" a inutilidade de Sá Fernandes...
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Tudo começou com uma decisão peculiar: poucos meses depois das eleições autárquicas e de um entendimento com António Costa, em Lisboa, o Bloco de Esquerda anunciava que não tencionava reeditar o acordo com os socialistas. Nenhuma avaliação do seu cumprimento ou do trabalho de José Sá Fernandes. A decisão veio a seco e sem grandes justificações.
A partir daí assistimos a uma situação inédita: o BE fazia exigências públicas ao seu próprio vereador e coro com a oposição (algumas vezes com razão, como foi o caso da Praça das Flores), mas era incapaz de capitalizar qualquer vitória. E foram algumas: a aprovação do Plano Verde, o início do processo de integração dos trabalhadores a recibo verde, o afastamento de José Miguel Júdice da administração da Frente Ribeirinha e o início da reestruturação da EPUL, que ficou aquém do possível mas nos termos definidos pelo acordo. Em todos os casos o Bloco não só não tentou recolher os créditos do trabalho realizado como assinalou cada imperfeição.
Como é natural, outros partidos tentaram embaraçar o BE por governar Lisboa com o PS enquanto lhe fazia oposição no país. Mas se recordarmos que o PCP esteve, durante doze anos, coligado com os socialistas de Lisboa sem que o estivesse a nível nacional percebemos o que vale esta acusação. A diferença é que o PCP queria a coligação que fez. O Bloco ficou sempre na defensiva e assim perdeu várias oportunidades. Perdeu a oportunidade de mostrar que, numa grande cidade, é capaz de assumir responsabilidades. Perdeu a oportunidade de mostrar que, para si, o poder local não está submetido às tácticas partidárias nacionais. Perdeu a oportunidade de mostrar que é capaz de trabalhar com independentes e não apenas de levá-los a eleições.
Estive e continuarei a estar com o BE no combate político nacional e na oposição a este Governo. Mas elegi um vereador em Lisboa. Só quando sentir que não cumpriu os seus compromissos com a cidade deixarei de o apoiar. E para isso terei de esperar para ver. A isto chamo lealdade e coerência. Sem elas a política não vale a pena.
A partir daí assistimos a uma situação inédita: o BE fazia exigências públicas ao seu próprio vereador e coro com a oposição (algumas vezes com razão, como foi o caso da Praça das Flores), mas era incapaz de capitalizar qualquer vitória. E foram algumas: a aprovação do Plano Verde, o início do processo de integração dos trabalhadores a recibo verde, o afastamento de José Miguel Júdice da administração da Frente Ribeirinha e o início da reestruturação da EPUL, que ficou aquém do possível mas nos termos definidos pelo acordo. Em todos os casos o Bloco não só não tentou recolher os créditos do trabalho realizado como assinalou cada imperfeição.
Como é natural, outros partidos tentaram embaraçar o BE por governar Lisboa com o PS enquanto lhe fazia oposição no país. Mas se recordarmos que o PCP esteve, durante doze anos, coligado com os socialistas de Lisboa sem que o estivesse a nível nacional percebemos o que vale esta acusação. A diferença é que o PCP queria a coligação que fez. O Bloco ficou sempre na defensiva e assim perdeu várias oportunidades. Perdeu a oportunidade de mostrar que, numa grande cidade, é capaz de assumir responsabilidades. Perdeu a oportunidade de mostrar que, para si, o poder local não está submetido às tácticas partidárias nacionais. Perdeu a oportunidade de mostrar que é capaz de trabalhar com independentes e não apenas de levá-los a eleições.
Estive e continuarei a estar com o BE no combate político nacional e na oposição a este Governo. Mas elegi um vereador em Lisboa. Só quando sentir que não cumpriu os seus compromissos com a cidade deixarei de o apoiar. E para isso terei de esperar para ver. A isto chamo lealdade e coerência. Sem elas a política não vale a pena.
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