sábado, 12 de dezembro de 2009

Pode Ser Que Isto Normalize...

Alguma "inteligenzia" lusa passou do 8 ao 80, quanto á sua "visão da America", ou seja do ódio irracional ao culto irracional por Obama. Pelos vistos o discurso de Obama (aquando do Nobel da Paz - Prémio que nem Obama entende...), começou a "derreter" essa idolatria. Talvez convenha explicar a essa "inteligenzia" que Obama é o Presidente com menor popularidade de sempre nesta fase de um mandato, e como homem inteligente que é, começa a perceber que as eleições de 2012 ganham-se ou perdem-se antes dessa data. O que é que Obama fez: Algo muito simples chamado "aviso á navegação".
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Em adenda fica um post de Nuno Gouveia (Not So Popular)
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A popularidade de Barack Obama tem vindo a descer progressivamente desde o Verão. A história ensina-nos a ser cautelosos nestas análises, e por isso não podemos conjecturar que a sua reeleição está em causa, nem sequer que as próximas eleições legislativas de 2010 serão um desastre para o Partido Democrata, a exemplo do que sucedeu em 1994. A única coisa verdadeiramente fiável que podemos dizer é que provavelmente irá perder lugares no Congresso, a exemplo do que sucedeu com todos os presidentes no primeiro mandato (exceptuando Roosevelt e W. Bush em condições muito especiais). Em relação a 2012, e com o Partido Republicano ainda muito dividido, continuo a apostar numa reeleição de Obama. Especialmente se este movimento à direita (Tea Party Movement) afastar-se do Partido Republicano, como têm sugerido alguns comentadores conservadores americanos. Mas a verdade é que Obama atingiu esta semana 47% de popularidade na sondagem da Gallup, o valor mais baixo para um presidente nesta altura do mandato desde que a empresa de sondagens realiza estes barómetros. A boa notícia para Obama é que o outro presidente que baixou quase tanto nesta altura foi Ronald Reagan, que atingiu um mínimo de 49%. E que depois viria a ser reeleito com um dos maiores landslides na história da eleições americanas. Entre as várias razões para a descida de popularidade destaca-se a mais evidente: esta Administração está a governar demasiado à esquerda, num pais maioritariamente de centro-direita. E talvez Obama esteja a perder uma oportunidade histórica de remodelar a América, como prometeu durante a campanha. A sua promessa de ser um Presidente acima das querelas partidárias está morta e enterrada, com a guerra declarada entre a Administração e o Partido Republicano. É óbvio que o GOP não lhe deu tréguas, mas também é verdade que o Obama nunca lhe chegou a estender a mão, em grande parte devido à influência dos sectores liberais que suportam a sua presidência. Vejamos o exemplo da reforma da saúde. Durante a campanha, Obama sempre falou em ajudar os americanos sem seguro a obtê-lo, mas nunca referiu que iria criar um sistema nacional de saúde baseado no governo federal. A lei aprovada na Câmara dos Representantes incluiu opção pública, que abre caminho a um sistema nacional de saúde federal, tão famigerado pelos republicanos e criticado pelos independentes. Se optasse por uma reforma mais minimalista, sem a opção pública, provavelmente teria o apoio dos moderados democratas e de alguns republicanos. E mais do que isso, teria o apoio da maioria dos americanos, que neste momento se opõe ao plano. Daria cumprimento a uma das grandes promessas de campanha, e não abriria brechas na sociedade americana. Mas a opção pública foi uma exigência dos sectores liberais do Partido Democrata, e neste momento a lei está num impasse no Senado, pois será muito difícil ter a aprovação dos necessários 60 senadores. Ao fillibuster republicano provavelmente irão juntar-se alguns senadores do caucus Democrata. Ontem foi conhecido um possível acordo entre os Democratas, que prevê a limitação da opção pública e a expansão da Medicare, plano de saúde federal para os idosos. Mas a procissão ainda está no adro e longe do fim. Este será o debate mais interessante nos próximos tempos, sendo que quanto mais tempo esta discussão se arrastar, mais apoio popular vai perdendo. Continuo a dizer que Obama está a repetir os erros da Administração Clinton nos primeiros dois anos do seu mandato. Para vencer facilmente a reeleição, Bill Clinton teve de virar ao centro a partir de 1994. Será que Obama vai perceber os sinais da história e não esperar pelo resultado de 2010?

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