Seara, Menezes e os dinossauros em geral vão poder candidatar-se. E ainda
bem. A Lei da Limitação de Mandatos era ambígua sobre a possibilidade dos
autarcas já eleitos três vezes poderem repetir uma quarta candidatura noutra
câmara. Sobre essa ambiguidade não ficaram dúvidas: passámos meses a ver
tribunais como baratas tontas. Pode, não pode (por exemplo, em Loures, sim, em
Lisboa, não...) Ontem, o Tribunal Constitucional decidiu a possibilidade de três
mandatos passarem a quatro, logo que os dinossauros fossem cantar para outra
freguesia. Se bem se lembram, uma das razões da dúvida repousava, no texto da
lei, num "de" substituído por um "da" (ou um "da" por um "de", já me perdi), o
que, sendo bizantino, era um passo em frente na clareza das leis: já se
discutiram outras por causa de uma vírgula... Enfim, os juízes lá se
desembrulharam. Espero agora que os políticos defensores de outra leitura para o
"espírito da lei" não se atirem ao Tribunal Constitucional - a culpa do
imbróglio cabe-lhes só a eles, aos políticos que complicaram. Se os deputados
não sabem falar claro, frequentem os cafés. O cidadão comum que se chega ao
balcão já sabe o "espírito" daquilo que quer. Então, pede uma bica cheia ou
curta, um abatanado, garoto ou carioca. E o cidadão do outro lado do balcão
entende-o. Aprendam, deputados. Quem passa a vida a discursar com pompa, não
pode estar sempre a precisar de tipos de toga a traduzi-lo.
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