domingo, 19 de maio de 2013

Trabalhar Melhor

Que Portugal tem um problema de produtividade não é novo. Está identificado há muito e surge em todos os relatórios sobre trabalho no nosso país, que ocupa, entre os 27 da UE, o 20.º posto desse ranking.
É, por isso, o argumento mais usado sempre que se avançam com reformas laborais que cortam direitos, e salários, aos trabalhadores. Já em relação ao tempo de trabalho dos portugueses surgem mais dúvidas. Angela Merkel chegou a afirmar, no início do nosso programa de resgate, que em Portugal havia demasiados dias de férias e Durão Barroso, recentemente, teve mesmo de vir a terreiro sublinhar que os portugueses não eram "malandros". Os números mostram que, de facto, somos o quinto país com a maior carga horária laboral.
Trabalhar muito não significa trabalhar bem, é verdade. O problema de uma melhor organização do trabalho, bem como a requalificação (e formação) dos trabalhadores é essencial para aumentar os níveis de produtividade nacional. E é aqui que a famigerada reforma do Estado, bem como a estratégia de crescimento económico e apoio às empresas nacionais privadas, têm de centrar a ação.
Uma racionalização da administração central do Estado, centralizando muitos serviços e evitando duplicações e desperdícios, bem como o fomento à formação dos trabalhadores, do público e do privado, devem ser prioridades. Portugal pode aproveitar as imposições da grave crise que atravessa para, em vez de cortes cegos, mudar com estratégia. Só assim alterará os rankings que sempre colocaram os nossos trabalhadores entre os que mais trabalham, mas menos produzem. (Editorial do DN)

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